Educação

Identificação e apoio a estudantes com altas habilidades são essenciais para combater desigualdades educacionais no Brasil

Estudo em Bauru revela que atividades de enriquecimento curricular melhoram a sociabilidade de jovens com altas habilidades/superdotação, destacando a necessidade de identificação e apoio a talentos diversos.

Atualizado em
May 26, 2025
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Estudantes com altas habilidades ou superdotação (AH/SD) representam entre três e cinco por cento da população, mas no Brasil, apenas de zero vírgula cinco a dois por cento são identificados. Essa discrepância se deve a fatores como a falta de recursos e a formação inadequada de docentes. Além disso, existem barreiras relacionadas a gênero e raça que dificultam a identificação desses estudantes, resultando em um atendimento educacional insuficiente.

Recentemente, um estudo realizado em Bauru, São Paulo, demonstrou que atividades de enriquecimento curricular podem reduzir sintomas emocionais em jovens com AH/SD. A pesquisa envolveu a aplicação de uma avaliação multimodal, que combina testes de quociente de inteligência (QI) com questionários sobre dificuldades emocionais e comportamentais. Essa abordagem tem se mostrado eficaz na identificação e no suporte a esses estudantes, que frequentemente enfrentam desafios sociais.

A falta de identificação adequada impede que jovens com AH/SD tenham acesso a oportunidades de enriquecimento curricular. Muitas vezes, as atividades complementares disponíveis refletem desigualdades de gênero e raça, favorecendo meninos brancos em detrimento de meninas e estudantes negros. Essa situação perpetua desigualdades históricas e limita o potencial de talentos diversos, que poderiam contribuir significativamente para a sociedade.

Em Bauru, iniciativas como o programa “Da identificação de estudantes com indicadores de AH/SD ao enriquecimento curricular” têm atendido mais de trezentos estudantes, proporcionando experiências que fortalecem a sociabilidade e reduzem o isolamento. Um estudo recente com atividades de enriquecimento, incluindo música e esportes, mostrou uma redução significativa nos sintomas emocionais e nas dificuldades de interação entre os participantes.

Apesar dos avanços, muitos professores ainda desconhecem as leis que garantem o atendimento a estudantes com AH/SD. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPI) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) reconhecem a importância desse atendimento, mas sua implementação é desigual. A formação contínua de educadores é essencial para garantir que esses estudantes sejam adequadamente identificados e apoiados.

Um levantamento recente em escolas estaduais de Bauru e Lençóis Paulista revelou que a subnotificação de talentos negros é um problema persistente. Apenas uma pequena fração dos estudantes indicados como potenciais casos de AH/SD se autodeclarou negra ou parda. Para mudar essa realidade, é fundamental aumentar o investimento em programas educacionais que promovam a identificação e o atendimento desses estudantes. A união da sociedade civil pode ser um passo importante para apoiar iniciativas que valorizem e reconheçam talentos diversos.

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