José Eli da Veiga, professor da USP, propõe um modelo de "crescer decrescendo" e critica a ineficácia das COPs, sugerindo negociações diretas entre grandes emissores como solução mais eficaz.
José Eli da Veiga, professor sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), apresenta uma crítica à economia tradicional em seu livro "O Antropoceno e o Pensamento Econômico". Ele argumenta que a disciplina ignora avanços em áreas como física moderna e teoria da evolução, resultando em uma visão de crescimento econômico que desconsidera a sustentabilidade e as necessidades das futuras gerações. Veiga propõe um modelo de "crescer decrescendo", que busca um equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação ambiental.
Durante uma entrevista, Veiga destacou a ineficácia das Conferências das Partes (COPs) na luta contra as mudanças climáticas. Ele sugere que negociações diretas entre os principais emissores de gases de efeito estufa poderiam ser mais produtivas do que os encontros anuais que reúnem mais de cem países. Para ele, a experiência bem-sucedida no combate à camada de ozônio poderia servir de modelo para um novo formato de cooperação internacional.
Veiga critica a abordagem atual das COPs, que muitas vezes se tornam arenas de disputas políticas sem resultados concretos. Ele observa que, desde o Acordo de Paris, as emissões de dióxido de carbono não diminuíram, e a ideia de compensação de carbono, embora tenha seus méritos, tem sido mal utilizada por grandes emissoras que preferem comprar créditos em vez de reduzir suas emissões.
O professor também discute a importância de integrar a ética ao pensamento econômico, especialmente em um contexto de aquecimento global. Ele afirma que a economia deve considerar as condições de vida das próximas gerações, enfatizando que o crescimento econômico não pode ser visto como um objetivo eterno. A necessidade de desacoplar o crescimento do uso de energias fósseis é um ponto central em sua análise.
Veiga propõe que, em vez de realizar COPs anuais, os países responsáveis por 80% das emissões se reúnam em intervalos maiores para discutir compromissos de redução. Ele acredita que isso poderia gerar resultados mais efetivos, como já demonstrado em outros acordos internacionais. A ideia é que um número menor de países e empresas se comprometa a metas claras de redução de emissões.
Com a COP30 se aproximando, Veiga sugere que a sociedade civil deve se mobilizar para um balanço ético global, a partir dos compromissos nacionais apresentados. Essa mobilização pode gerar uma pressão significativa sobre os governos para que adotem medidas mais eficazes no combate às mudanças climáticas. A união em torno de causas ambientais pode ser um caminho para promover mudanças significativas e ajudar a enfrentar os desafios impostos pelo aquecimento global.
Cientistas do MIT desenvolveram um dispositivo inovador que transforma ar do deserto em água potável, utilizando hidrogel e sais de lítio. O equipamento, testado no Vale da Morte, gera 160 ml de água por dia, oferecendo esperança a bilhões sem acesso à água.
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais, foi declarado Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO, destacando sua biodiversidade e a importância das comunidades locais na conservação. A decisão, anunciada durante a 47ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial em Paris, foi celebrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O parque, com mais de 56.500 hectares e 200 cavernas, abriga espécies ameaçadas e vestígios arqueológicos de até 12 mil anos. O reconhecimento reafirma o esforço das comunidades na proteção da biodiversidade, garantindo um legado para o futuro.
O Zoológico de Brasília permanece fechado sem previsão de reabertura, conforme anunciado pelo secretário de Agricultura, Rafael Bueno, devido à migração de aves silvestres. Além disso, ele destacou uma safra recorde de grãos no DF e novos projetos de proteção ambiental.
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) intensifica ações para a COP 30, destacando a irrigação como tecnologia vital para a adaptação climática e mitigação de gases de efeito estufa. A parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC+) reforçam essa estratégia.
Pesquisas da Embrapa Algodão e Santa Anna Bioenergia no Brasil exploram a Agave tequilana para etanol, biomassa e alimentação animal, visando inovação e sustentabilidade no Semiárido. O projeto, que inclui parcerias com instituições mexicanas, busca otimizar o cultivo e a mecanização, contribuindo para a bioeconomia e a redução de desigualdades regionais.
A Novelis, líder em reciclagem de alumínio, enfrenta o desafio de reter sucata no Brasil para aumentar a produção interna. A empresa investiu R$ 1,2 bilhão e visa 750 mil toneladas de alumínio reciclado até 2024.