Estudo do Ipam revela que 20 milhões de hectares de vegetação nativa no cerrado foram queimados entre 2003 e 2020, com incêndios se espalhando para áreas não desmatadas, exigindo políticas urgentes de manejo do fogo.
Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) revela que, entre 2003 e 2020, cerca de 20 milhões de hectares de vegetação nativa do cerrado brasileiro foram consumidos por incêndios. Essa área equivale a mais de 24 milhões de campos de futebol. A pesquisa indica que os incêndios iniciados em áreas desmatadas se espalham para regiões de mata nativa, resultando em uma devastação que ultrapassa a área que se pretendia queimar.
A análise mostra que a vegetação nativa afetada corresponde a 1,3 vezes o tamanho do território desmatado. Ana Carolina Pessôa, pesquisadora do Ipam, destaca que apenas 7% dos incêndios iniciados em áreas desmatadas permaneceram dentro dos limites da região convertida. A maior parte do território atingido pertence a propriedades privadas, com 14,7 milhões de hectares queimados em áreas privadas, que perderam 27% de sua vegetação nativa.
As áreas públicas de uso sustentável e terras indígenas também foram impactadas, com 1,4 milhão de hectares e 1,2 milhão de hectares queimados, respectivamente. O fogo é frequentemente utilizado para preparar o solo para plantio ou pasto, mas a frequência e a intensidade dos incêndios provocados por ações humanas têm contribuído para as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.
O estudo considerou incêndios que ocorreram em até um quilômetro de áreas desmatadas, dentro de um período de até dois anos após a conversão da vegetação. Os dados coletados permitem rastrear os pontos de ignição dos incêndios, facilitando a análise do impacto do fogo no cerrado. A pesquisadora ressalta que, embora o manejo do fogo seja uma prática tradicional no cerrado, a sua utilização deve ser cuidadosamente planejada para evitar novos focos de incêndio.
Em 2024, o cerrado registrou 81.432 focos de incêndio, um aumento de 60% em relação ao ano anterior. A pesquisadora enfatiza a necessidade urgente de ações de adaptação climática, uma vez que o ciclo natural do fogo já foi alterado, ameaçando o modo de vida das comunidades tradicionais. O manejo do fogo deve levar em conta as particularidades do território e das pessoas que nele habitam.
Os dados do estudo devem ser utilizados para fortalecer políticas públicas de combate ao desmatamento e prevenção de incêndios. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem a proteção do cerrado e a recuperação das áreas afetadas. Projetos que busquem ajudar as comunidades impactadas e promover a preservação ambiental são essenciais neste momento crítico.
A captura de carbono avança no Brasil com projetos inovadores, como o da Repsol Sinopec e a usina FS, que visa ser a primeira com pegada de carbono negativa. A Islândia também se destaca com a maior unidade do mundo.
Um barco passou por cima da cauda de uma baleia-franca e seu filhote na Praia do Moçambique, em Florianópolis, gerando uma investigação do Ibama. O incidente, registrado por um fotógrafo, pode configurar infração à legislação de proteção aos cetáceos.
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O projeto de naturalização da Lagoa Rodrigo de Freitas, liderado pelo biólogo Mario Moscatelli, busca transformar áreas alagadas em espaços de lazer e ecoturismo, com obras iniciando em agosto e conclusão prevista para o fim do ano. A iniciativa, apoiada pela Prefeitura do Rio e pelo vereador Flávio Valle, visa restaurar a riqueza ecológica da lagoa e melhorar a drenagem local.