Durante a Festa Literária Internacional de Paraty, Alia Trabucco Zerán e Lilia Guerra debateram o trabalho doméstico e suas implicações sociais em suas obras, gerando reações intensas entre leitoras. As autoras destacaram a importância de dar voz a personagens que representam desigualdades na América Latina.
A mesa “A casa, o mundo” ocorreu no Auditório da Matriz, durante a Festa Literária Internacional de Paraty, e contou com a presença da escritora chilena Alia Trabucco Zerán e da brasileira Lilia Guerra. As autoras abordaram, por meio de suas obras, o trabalho doméstico como um reflexo das desigualdades sociais na América Latina. A conversa, mediada por Micheline Alves, destacou a importância do trabalho doméstico, considerado uma das cicatrizes mais profundas da sociedade latina.
Os romances discutidos, “As limpas” (Fósforo, 2024) de Alia e “O Céu para os bastardos” (Todavia, 2023) de Lilia, trazem à tona a voz e a complexidade das mulheres que atuam nesse setor. Lilia Guerra, usando um vestido verde estampado com a imagem de Carolina Maria de Jesus, compartilhou que sua narradora, inicialmente uma personagem secundária, evoluiu para uma figura central que discute temas como maternidade e religiosidade popular.
A autora relatou uma experiência marcante de sua infância, quando não pôde fazer catecismo por não ter o nome do pai no documento. Essa vivência se transformou em material literário, revelando a dureza da realidade enfrentada por muitas mulheres. Alia Trabucco Zerán, por sua vez, relatou que após a publicação de “As limpas”, recebeu mensagens de patroas chilenas que se sentiram ofendidas pela narrativa, demonstrando como a literatura pode provocar reações intensas e pessoais.
As leitoras que se identificaram como patroas expressaram indignação, afirmando que nunca tratariam suas empregadas de forma semelhante à descrita no livro. Alia considerou essas reações significativas, pois mostram o impacto que a literatura pode ter ao abordar questões sociais delicadas. Em contraste, ela também recebeu feedback de mulheres que são netas e filhas de empregadas domésticas, que se sentiram tocadas pela leitura e reconheceram suas próprias experiências nas histórias.
Alia explicou que, mesmo sem ter exercido a profissão, sua pesquisa e escrita foram influenciadas por correntes de violência que a atravessam, ligando sua experiência pessoal a temas mais amplos, como o genocídio na Palestina. Essa conexão entre experiências pessoais e sociais enriquece suas obras, permitindo uma reflexão mais profunda sobre a realidade das mulheres na América Latina.
Essas discussões ressaltam a necessidade de dar voz àquelas que historicamente foram silenciadas. Projetos que promovem a visibilidade e o reconhecimento do trabalho doméstico são essenciais para transformar essa realidade. A união da sociedade civil pode ser um passo importante para apoiar iniciativas que valorizem e dignifiquem essas mulheres, contribuindo para a construção de um futuro mais justo e igualitário.
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