Em 2023, 1.700 municípios brasileiros ainda têm lixões a céu aberto, com 463 em operação, evidenciando o fracasso da Política Nacional de Resíduos Sólidos e suas consequências ambientais e de saúde pública.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010, tinha como objetivo eliminar os lixões no Brasil até 2014, prazo que foi prorrogado até 2022. Contudo, em 2023, uma pesquisa revelou que ainda existem 1.700 municípios com lixões a céu aberto, sendo 463 deles em atividade. Essa situação evidencia a falha na implementação da política, resultante da falta de fiscalização e punição por parte das autoridades competentes.
Um modelo de inteligência artificial (IA) desenvolvido pela reportagem do GLOBO identificou, por meio de imagens de satélite, 2.974 alertas de incêndio em 740 lixões nos últimos dez anos. Isso representa um foco de incêndio a cada dois dias, liberando aproximadamente seis milhões de toneladas de gases de efeito estufa anualmente. O impacto ambiental é comparável às emissões de uma cidade como Campinas, com 1,1 milhão de habitantes.
O cientista do clima Carlos Nobre, da Universidade de São Paulo (USP), destaca que a decomposição do lixo gera metano, um gás de efeito estufa 30 vezes mais potente que o gás carbônico. Além disso, os incêndios em lixões liberam substâncias tóxicas, como dioxinas e mercúrio, que podem causar doenças graves, como febre tifoide e leptospirose, conforme estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Outro problema associado aos lixões é a proliferação de aves, como urubus, que representam um risco para a aviação. Desde 2021, o Brasil registrou uma média anual de 2.100 colisões entre aves e aeronaves. Essa situação demonstra a gravidade da leniência do poder público em relação aos lixões, que continuam a ameaçar a saúde pública e a segurança da população.
A Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente estima que existam cerca de três mil áreas de descarte clandestino de lixo no país. A persistência dos lixões a céu aberto é um reflexo da ineficácia das políticas públicas e da falta de comprometimento das autoridades em cumprir a legislação vigente, que exige a extinção desses locais.
É fundamental que a sociedade civil se mobilize para enfrentar essa questão. Projetos que visem a recuperação e a destinação adequada dos resíduos podem ser essenciais para mitigar os impactos ambientais e de saúde pública. A união em torno de iniciativas que promovam a conscientização e a ação efetiva pode fazer a diferença na luta contra os lixões e na construção de um futuro mais sustentável.

A startup SOLOS lançou o programa "Roda", que realiza coleta seletiva agendada em Salvador com veículos elétricos, já alcançando 37% de adesão em seu projeto-piloto com a Prefeitura. A iniciativa visa melhorar a gestão de resíduos na cidade, onde menos de 10% do lixo é reciclado.

Estudos recentes revelam que microplásticos estão presentes no cérebro de pacientes com demência, sugerindo que essas partículas podem ultrapassar a barreira hematoencefálica e impactar a saúde mental. Pesquisadores de universidades canadenses e australianas encontraram até cinco vezes mais microplásticos em cérebros de pessoas com a doença. A pesquisa destaca a urgência de políticas públicas para limitar a exposição a esses contaminantes.

A terceira reunião do Grupo de Trabalho de Gestão de Desastres do BRICS, realizada em Brasília, focou na resiliência climática e planejamento estratégico para 2025-2028. O encontro, com a presença de representantes de alto nível, visa fortalecer a cooperação entre os países emergentes no enfrentamento das mudanças climáticas.

Arqueólogos descobriram uma colônia portuguesa perdida na Amazônia, revelando um complexo urbano com fortificações e canais, desafiando teorias históricas. A tecnologia lidar foi crucial para a descoberta.
O Programa Água Doce (PAD) avança no semiárido brasileiro com a ativação de 61 novos sistemas de dessalinização em 2025, superando a meta de 100. A iniciativa já implantou 1.131 sistemas em 10 estados, promovendo dignidade e saúde.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vetou 63 dispositivos do projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental, preservando normas de proteção. O governo enviou novas propostas ao Congresso, incluindo a manutenção do Licenciamento Ambiental Especial em três fases.