Saúde e Ciência

Nova diretriz da Abeso propõe tratamento farmacológico imediato para obesidade em pacientes com IMC acima de 27

A nova diretriz da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) recomenda iniciar tratamento farmacológico para pacientes com IMC acima de 27, priorizando a adesão ao tratamento. O documento, apresentado no XXI Congresso Brasileiro de Obesidade, sugere o uso de medicamentos de alta potência, como semaglutida e tizerpatida, e destaca a importância de considerar comorbidades. A abordagem holística do tratamento visa não apenas a perda de peso, mas também a melhoria da qualidade de vida e a remissão de doenças associadas.

Atualizado em
May 31, 2025
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Canetas injetáveis surgiram para ajudar no controle do diabetes, e logo mostraram grande potencial para o tratamento da obesidade Foto: alones/Adobe Stock

Uma nova diretriz da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) propõe mudanças significativas no tratamento da obesidade. Agora, pacientes com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 27 kg/m², especialmente aqueles com comorbidades, podem iniciar o tratamento farmacológico imediatamente, ao invés de apenas mudanças no estilo de vida. Essa abordagem visa oferecer um suporte mais eficaz e rápido para aqueles que lutam contra a obesidade.

O vice-presidente da Abeso, Bruno Halpern, destacou que muitos pacientes passam anos tentando emagrecer sem sucesso. O estudo ACTION revelou que, em média, um indivíduo busca ajuda médica por seis anos antes de receber tratamento adequado. A nova diretriz, apresentada no XXI Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, enfatiza a importância de ouvir o paciente e considerar o uso de medicamentos desde o início do tratamento.

Embora o IMC tenha sido criticado como uma métrica inadequada para diagnosticar obesidade, a Abeso justifica seu uso devido à sua ampla aplicação em estudos clínicos. A diretriz sugere que, quando possível, o tratamento farmacológico comece com medicamentos de alta potência, como a semaglutida e a tizerpatida, que têm mostrado resultados promissores. No entanto, o acesso a esses medicamentos ainda é limitado no Brasil, com custos que podem ultrapassar R$ 2 mil por mês.

Além disso, a diretriz recomenda que os médicos considerem associações de medicamentos, visto que a obesidade é uma condição crônica que requer tratamento contínuo. A perda de peso de pelo menos 10% é considerada uma meta realista, com benefícios significativos já observados em reduções menores. A abordagem holística do tratamento busca não apenas a perda de peso, mas também a melhora da qualidade de vida e a remissão de doenças associadas.

Os médicos ressaltam que a mudança de estilo de vida continua sendo fundamental, mas a nova diretriz sugere que o foco deve ser na composição nutricional, ao invés de contar calorias. A adesão do paciente ao tratamento é crucial, e os profissionais devem trabalhar em parceria com eles para garantir que se sintam confortáveis e motivados.

Essa nova abordagem no tratamento da obesidade pode inspirar iniciativas que visem apoiar pacientes em sua jornada de emagrecimento e saúde. Projetos que promovam acesso a tratamentos e educação nutricional são essenciais para ajudar aqueles que enfrentam essa condição, e a união da sociedade civil pode fazer a diferença na vida de muitos.

Estadão
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