A nova lei de licenciamento ambiental no Brasil enfrenta críticas severas, com a relatora da ONU, Astrid Puentes Riaño, alertando sobre retrocessos na proteção ambiental e direitos humanos. O presidente Lula pode vetar partes do projeto antes da COP30.
O projeto de lei de licenciamento ambiental, recentemente aprovado pelo Congresso brasileiro, aguarda a sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Astrid Puentes Riaño, relatora especial da ONU, classificou a proposta como um "retrocesso de décadas" na proteção ambiental, alertando sobre possíveis danos significativos e violações de direitos humanos. Riaño destacou que a nova lei poderia revogar a proteção de 18 milhões de hectares, área equivalente ao Uruguai, e afetar negativamente a Amazônia.
Críticos do projeto o chamam de "PL da devastação", argumentando que ele enfraquece os mecanismos de proteção ambiental e compromete a saúde da população, já impactada pelas mudanças climáticas. Por outro lado, defensores afirmam que a nova legislação simplificaria o processo de licenciamento, permitindo que empreendimentos agropecuários menores autodeclarem seu impacto ambiental por meio de formulários online.
A relatora da ONU expressou preocupação com a possibilidade de renovação automática de licenças para projetos que não sofreram grandes alterações, o que poderia impedir avaliações adequadas de impacto ambiental. Riaño enfatizou que essa situação é crítica para projetos de mineração e infraestrutura, onde uma análise completa é essencial para evitar desmatamento, especialmente na Amazônia, onde a agricultura e a mineração têm causado destruição significativa.
Recentemente, uma pesquisa revelou que grandes áreas da Amazônia foram devastadas em 2024, com incêndios florestais exacerbados pela seca. A nova lei estipula que órgãos ambientais terão até doze meses, prorrogáveis para vinte e quatro, para decidir sobre licenças de projetos estratégicos. Se esse prazo não for cumprido, a licença poderá ser concedida automaticamente, o que gera preocupações sobre a eficácia das análises de impacto ambiental.
A lei também flexibiliza a consulta a comunidades indígenas e quilombolas, exceto em casos de impacto direto. Especialistas da ONU levantaram questões sobre como essa aceleração pode excluir a participação da comunidade local e afetar direitos humanos. O presidente Lula tem até 8 de agosto para decidir sobre a sanção ou veto da lei, em um momento crucial, já que o Brasil sediará a COP30 em novembro.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, indicou que o presidente pode vetar partes do projeto e sugerir alternativas. Ela ressaltou que não basta apenas vetar, mas que é necessário apresentar soluções que substituam as partes problemáticas da lei. Neste contexto, iniciativas que promovam a proteção ambiental e a participação comunitária são essenciais e podem ser apoiadas pela sociedade civil.

Cientistas alertam que a população de vaga-lumes no Brasil pode diminuir pela metade em 30 anos devido ao aquecimento global e poluição luminosa. Santuários para proteção ainda não existem no país.

Nos últimos dias, 47 pinguins-de-Magalhães juvenis foram encontrados encalhados no litoral paulista, com quatro vivos e 43 mortos, enquanto causas de óbito são investigadas pelo Instituto Argonauta. A presença de juvenis nesta época é comum, mas a população da espécie enfrenta riscos crescentes.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu a legislação ambiental do Brasil em discurso, ressaltando sua relevância para investimentos e criticando a inação dos países ricos em promessas climáticas. Após ser hostilizada no Congresso, Marina destacou a segurança jurídica e a importância do marco regulatório, enquanto projetos que flexibilizam normas de fiscalização avançam. Ela também criticou a falta de compromisso das nações desenvolvidas em relação às metas climáticas.

A temporada de avistamento de baleias-jubarte no litoral norte de São Paulo atrai turistas entre maio e novembro, com pico em junho e julho, promovendo ecoturismo e conservação marinha. As cidades de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba se preparam para oferecer experiências únicas, respeitando normas de avistamento para garantir a proteção das baleias.

O Distrito Federal enfrenta temperaturas baixas e umidade crítica, com sensação térmica de 8,8°C nesta sexta-feira. O meteorologista Olívio Bahia alerta para a poluição do ar e a previsão de agravamento até setembro.

Manguezais da Reserva Biológica de Guaratiba, no Rio de Janeiro, estão se deslocando 300 metros para o interior devido à elevação do nível do mar, conforme pesquisa do NEMA/Uerj. Essa mudança gera preocupações sobre a perda de serviços ecossistêmicos essenciais, como a proteção contra inundações e a regulação do clima.