Impacto Social

Pesquisadores brasileiros buscam reduzir em até 80% o custo da terapia CAR-T para tratamento de câncer no SUS

Pesquisadores brasileiros desenvolvem terapias CAR-T nacionais para reduzir custos em até 80% e disponibilizar o tratamento no SUS, atualmente restrito e caro, com estudos clínicos em andamento.

Atualizado em
July 17, 2025
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Exames mostram antes e depois de câncer de paciente; à direita, imagem mostra remissão da doença — Foto: Arquivo pessoal

Pesquisadores brasileiros estão empenhados em desenvolver terapias celulares CAR-T nacionais, com o intuito de reduzir os custos desse tratamento inovador em até oitenta por cento. Atualmente, a terapia CAR-T, que utiliza células do próprio paciente para combater o câncer, pode custar até R$ 3 milhões no setor privado. A técnica, que já é utilizada em alguns casos no Brasil, enfrenta desafios relacionados a altos custos e infraestrutura limitada para ser amplamente disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS).

A terapia CAR-T envolve a coleta de linfócitos T (células do sistema imunológico) do paciente, que são geneticamente modificados em laboratório para reconhecer e atacar células tumorais. Essa abordagem já é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para alguns tipos de leucemias e linfomas. No entanto, os pacientes que buscam tratamento com produtos comerciais frequentemente precisam recorrer à Justiça para que seus planos de saúde cubram os altos custos.

Atualmente, as células são coletadas no Brasil e enviadas para fábricas nos Estados Unidos ou Europa, onde são modificadas e retornam ao país, um processo que pode levar mais de quarenta dias. Essa espera é inviável para muitos pacientes em estágios avançados da doença. Para contornar essa situação, centros de pesquisa brasileiros estão desenvolvendo suas próprias terapias CAR-T, com o Hemocentro de Ribeirão Preto liderando um projeto avançado em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Butantan.

O Hemocentro já iniciou um estudo clínico com oitenta e um pacientes, apresentando resultados semelhantes aos tratamentos internacionais. Com um investimento de R$ 100 milhões do Ministério da Saúde, a expectativa é oferecer a terapia ao SUS por um custo que varia entre dez e quinze por cento do valor atual no mercado privado. Outras instituições, como o Hospital Israelita Albert Einstein e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), também estão desenvolvendo suas próprias versões da terapia.

A produção das células CAR-T exige ambientes controlados e rigorosos processos de assepsia. Um dos principais desafios é a fabricação dos vetores virais usados para a modificação genética, que atualmente são importados e têm custos elevados. Para resolver essa dependência, a Fiocruz planeja adaptar sua infraestrutura para produzir esses insumos localmente, enquanto o INCA investe em alternativas que não utilizam vírus, utilizando fragmentos de DNA.

Embora a terapia CAR-T tenha um potencial revolucionário, ela não está isenta de riscos, como a síndrome de liberação de citocinas, que pode causar inflamações agudas. Os pesquisadores esperam concluir os estudos até dois mil e vinte e seis, inicialmente focando em leucemias e linfomas. O avanço na produção nacional não só visa melhorar o acesso ao tratamento, mas também fortalecer a capacidade tecnológica do Brasil. Nessa situação, nossa união pode ajudar a garantir que mais pacientes tenham acesso a tratamentos inovadores e acessíveis.

Globo.com
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