Impacto Social

População em áreas precárias da Região Metropolitana de São Paulo chega a 3,28 milhões de pessoas

A população em áreas precárias na Região Metropolitana de São Paulo chega a 3,28 milhões, superando dados do IBGE. A pesquisa revela desigualdades persistentes e um crescimento populacional nas favelas acima da média.

Atualizado em
August 6, 2025
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Favela de Paraisópolis: um dos exemplos do quão heterogêneos internamente são os assentamentos precários, aponta estudo do CEM (foto: Léo Ramos Chaves/Pesquisa FAPESP)

A população em áreas precárias da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é estimada em 3,28 milhões de pessoas, distribuídas em 1,12 milhão de domicílios. A pesquisa, realizada por Eduardo Marques, diretor do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) e professor da Universidade de São Paulo (USP), revela um aumento em relação aos 2,9 milhões de habitantes identificados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa discrepância indica uma lenta convergência entre as estimativas.

As áreas precárias incluem favelas e loteamentos irregulares, e o estudo destaca a persistência de desigualdades significativas. Os rendimentos médios nas áreas não precárias chegam a quase R$ 5.000, enquanto nas áreas precárias, a média é de cerca de R$ 1.700. Os municípios com maior concentração de população nessas áreas são São Paulo, Guarulhos, São Bernardo, Mauá, Osasco, Itaquaquecetuba, Santo André e Diadema.

O estudo também aponta uma continuidade do processo de favelização, com uma taxa de crescimento populacional nas áreas precárias de 0,86% ao ano, superior à média de 0,74% na RMSP. Além disso, a taxa de crescimento do número de domicílios é maior que a da população, indicando um desadensamento domiciliar, ou seja, uma redução do número de habitantes por residência.

A metodologia utilizada foi desenvolvida pelo CEM em pesquisas anteriores e incluiu análises estatísticas e geoprocessamento. Apesar de fornecer um nível de detalhamento, a pesquisa não consegue estimar números específicos para assentamentos, mas sim para escalas agregadas. As condições de vida nas áreas precárias permanecem piores em comparação ao restante da metrópole, refletindo intensas desigualdades.

Marques observa que as áreas precárias abrigam uma população mais jovem e com maior taxa de analfabetismo. A pesquisa categoriza essas áreas em quatro grupos, com base em critérios como densidade habitacional e acesso a serviços. O Grupo 1, por exemplo, abrange áreas de expansão com serviços limitados, enquanto o Grupo 4 inclui áreas superdensas e consolidadas.

A heterogeneidade das áreas precárias é notável, variando em densidade populacional e acesso a infraestrutura. Essa diversidade está relacionada à estrutura física dos assentamentos e ao acesso a serviços, e não necessariamente às características sociais dos moradores. Em um contexto de desigualdade, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que melhorem as condições de vida nessas comunidades.

Agência FAPESP
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