Porto Alegre enfrenta riscos de inundações, com recursos federais parados e pouca ação após o dilúvio de 2024, que deixou 183 mortos e 2,7 milhões de afetados. A burocracia atrasa obras essenciais.

Um estudo da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, aponta que o nível do mar pode subir até 1,9 metro nos próximos setenta e cinco anos, colocando Porto Alegre em risco de submersão parcial até 2100. Essa preocupação se intensificou após um dilúvio devastador em 2024, que resultou na destruição de bairros e na morte de 183 pessoas, afetando mais de 2,7 milhões de gaúchos.
Um ano após a tragédia, a situação de proteção contra inundações na região metropolitana permanece crítica. O engenheiro Vicente Rauber, especialista em Planejamento Energético e Ambiental, afirma que pouco foi feito para evitar novos desastres. Em um manifesto assinado por Rauber e outros 47 engenheiros, foram sugeridas medidas urgentes que até agora não foram implementadas.
Rauber destaca que, desde 2020, a prefeitura de Porto Alegre não realizou manutenções em comportas, muitas das quais não funcionam. Além disso, a decisão de fechar oito das quatorze comportas existentes foi tomada sem critérios técnicos adequados. Em 2016, um plano de modernização das casas de bomba foi aprovado, mas nada foi feito, e os recursos destinados a ele foram devolvidos ao governo federal.
A prefeitura informou que desenvolveu dezoito ações de adaptação climática, totalizando R$ 26 milhões, mas a resposta foi considerada vaga. O governo federal, por sua vez, criou a Casa de Governo do Rio Grande do Sul para acompanhar a recuperação, disponibilizando mais de R$ 110 bilhões, dos quais cerca de 80% foram repassados para execução de obras.
Apesar dos recursos, a burocracia tem sido um grande obstáculo. Muitas prefeituras ainda não iniciaram os processos necessários para as obras, que incluem a realização de licitações e a contratação de serviços. O Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs) foi criado para gerenciar esses recursos, mas a falta de projetos técnicos impede o avanço das obras.
Recentemente, R$ 6,5 bilhões destinados a obras de drenagem urbana permanecem parados em uma conta do estado. O governo estadual optou por investir esses valores em fundos de investimento, em vez de aplicá-los nas obras necessárias. A situação exige uma mobilização da sociedade civil para apoiar as vítimas e promover iniciativas que garantam a segurança da população diante das mudanças climáticas.

A presidência da COP30 inicia consultas especiais para acelerar negociações climáticas, com sessões online e encontros em Nova York e Brasília, visando novos compromissos antes do relatório da ONU.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional reconheceu a emergência hídrica em 126 cidades do Piauí, permitindo acesso a recursos federais para ações de defesa civil. A situação crítica da seca afeta a população local.

A pré-COP em Bonn revelou desconfiança nas negociações climáticas, com dificuldades em consenso sobre financiamento e a Meta Global de Adaptação, além de restrições à participação da sociedade civil. A conferência, que prepara a COP30 em Belém, enfrentou intensas divergências e censura em protestos, destacando a necessidade de ampliar a participação e garantir financiamento justo para enfrentar as mudanças climáticas.

Uma emenda ao projeto de lei 2159/2021 foi aprovada no Senado, facilitando o desmatamento na Mata Atlântica ao revogar exigências do Ibama e permitir que municípios autorizem desmate sem estrutura adequada. O Ministério do Meio Ambiente e ONGs consideram a proposta inconstitucional e temem que ela aumente a destruição do bioma.

A degradação da Mata Atlântica caiu 14% em 2024, mas ainda assim 71.109 hectares foram desmatados, com eventos mais concentrados e maiores. O impacto ambiental continua alarmante, especialmente em áreas críticas.

Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, destacou o Brasil como líder na economia verde durante o evento Expert XP em São Paulo, anunciando investimentos de sua gestora em projetos sustentáveis. Ele criticou a indústria de combustíveis fósseis e ressaltou a importância da COP30, que ocorrerá no Brasil, para discutir a crise climática.