Milhares de indígenas se reúnem em Brasília para o Acampamento Terra Livre 2024, buscando incluir a demarcação de terras nas metas climáticas da COP30. A mobilização visa fortalecer a luta por direitos territoriais e climáticos.

Milhares de indígenas de mais de 200 povos do Brasil se reúnem em Brasília a partir de hoje, 7 de abril de 2024, para o Acampamento Terra Livre (ATL), a maior assembleia do movimento indígena no país. Espera-se a participação de cerca de sete mil pessoas nesta 21ª edição do evento, que visa articular a presença indígena na Conferência do Clima da ONU, a COP30, programada para novembro em Belém, no Pará. Os participantes discutirão temas como a transição energética justa e a necessidade de que os recursos climáticos sejam direcionados aos povos indígenas.
O coordenador-executivo da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Toya Manchineri, destacou a importância do ATL para a construção de uma aliança internacional entre os povos indígenas da Amazônia e do Pacífico. Ele enfatizou que a defesa dos territórios e o conhecimento indígena sobre mudanças climáticas são pautas que conectam esses povos. Um dos principais objetivos é incluir a demarcação de terras indígenas nas metas climáticas dos países da região.
Manchineri argumentou que a demarcação de terras indígenas é uma barreira natural contra o desmatamento, contribuindo para a redução das emissões de gases do efeito estufa. Ele questionou por que os governos não incluem a demarcação de Terras Indígenas (TIs) em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que estabelecem metas para a redução de emissões. Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostram que as florestas em territórios indígenas da América Latina armazenam 14% do carbono das florestas tropicais do mundo.
Atualmente, as TIs ocupam 13% do território brasileiro, mas respondem por apenas 1% da perda de vegetação nativa no país entre 1985 e 2023. A demanda por demarcação é ainda mais urgente diante da recente aprovação da Lei do Marco Temporal, que limita a demarcação a terras onde se comprove presença indígena desde 5 de outubro de 1988. Embora essa tese tenha sido considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a lei continua em vigor desde sua aprovação em setembro de 2023.
O lema do ATL deste ano é "Apib somos todos nós: em defesa da Constituição e da Vida", refletindo a luta pela demarcação de terras. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que organiza o evento, busca respostas do governo sobre a demarcação de terras durante o acampamento, que se estende até 11 de abril. O presidente e ministros foram convidados, mas ainda não confirmaram presença. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, é uma presença esperada, dada sua ligação com a Apib.
O ATL também homenageia os vinte anos da Apib, que surgiu em 2005, e se tornou um espaço crucial para o debate sobre os direitos indígenas. Durante o acampamento, os participantes planejam marchar em apoio à campanha "A Resposta Somos Nós" e discutir questões como a exploração de petróleo em áreas indígenas. A união e o apoio da sociedade civil são fundamentais para fortalecer a luta dos povos indígenas e garantir seus direitos, especialmente em um momento em que suas terras e culturas estão sob ameaça.

Estudo revela que apenas 98 das 150 maiores empresas brasileiras atuaram no ODS 2, com foco em ações pontuais e falta de transparência, limitando o impacto na segurança alimentar. A pesquisa destaca a necessidade de um compromisso mais estruturado.

O influenciador Felca gerou um debate sobre a adultização de crianças nas redes sociais com um vídeo que alcançou mais de 40 milhões de visualizações, resultando em mais de 60 projetos de lei no Congresso, incluindo o PL 2628, conhecido como "PL Felca". A diretora-executiva da Childhood Brasil, Laís Peretto, e a psicóloga Nay Macedo discutem os impactos da exposição de menores e as melhores práticas para proteger suas imagens online.

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A Beija-Flor de Nilópolis recebeu uma carta de agradecimento do Iphan pelo enredo "Bembé", que destaca a cultura afro-brasileira e o Bembé do Mercado, Patrimônio Cultural desde 2019. A escola promove a valorização dessa manifestação ancestral, oferecendo ao Brasil e ao mundo a chance de conhecer e respeitar um dos cultos africanos mais antigos do país.

A Companhia Mungunzá enfrenta uma ordem de despejo da Prefeitura de São Paulo para a construção de um conjunto habitacional, gerando protestos pela preservação do Teatro de Contêiner. O espaço cultural, que é um ponto turístico e referência comunitária, deve ser desocupado em quinze dias, mas a companhia resiste à medida.