Saúde e Ciência

Preocupação com gordura no fígado cresce entre brasileiros, mas conhecimento sobre diagnóstico é baixo

Pesquisa Datafolha revela que 62% dos brasileiros se preocupam com a esteatose hepática, mas 24% desconhecem os métodos de diagnóstico. A falta de informação pode levar a crenças em tratamentos não comprovados.

Atualizado em
May 19, 2025
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Maioria dos brasileiros teria alta preocupação com um diagnóstico de gordura no fígado, mas muitos desconhecem os métodos de diagnóstico, diz Datafolha - AdobeStock/kanruthai

A esteatose hepática, conhecida como gordura no fígado, é uma condição que preocupa 62% dos brasileiros, conforme pesquisa realizada pelo Datafolha. No entanto, 24% da população não sabe como diagnosticar essa doença, que afeta cerca de 30% da população mundial. O levantamento, feito em parceria com a Novo Nordisk, revelou que apenas 19% dos entrevistados conhecem o termo técnico da doença, enquanto 44% não sabem nenhum termo médico relacionado ao acúmulo de gordura no fígado.

O exame de sangue é mencionado por 52% dos entrevistados como método de diagnóstico, enquanto 28% citam exames de imagem. A falta de conhecimento sobre a esteatose hepática é preocupante, pois essa condição pode levar a complicações graves, como cirrose hepática e a necessidade de transplante. Em 2023, o Brasil registrou 2.365 transplantes hepáticos, sendo a esteatose hepática associada à disfunção metabólica a causa mais comum de doenças hepáticas.

Os fatores de risco mais citados incluem obesidade e diabetes, com 66% dos entrevistados apresentando sobrepeso ou obesidade. A pesquisa também destacou que 55% da população consome bebidas alcoólicas, sendo esse outro fator de risco para doenças hepáticas. Para 58% dos entrevistados, o excesso de peso é o principal responsável pelo acúmulo de gordura no fígado, seguido pelo consumo de álcool e sedentarismo.

A médica Cristiane Villela, professora titular de Clínica Médica e Hepatologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), enfatiza a necessidade de aumentar a conscientização sobre a esteatose hepática. Ela alerta que a doença é crônica e requer atenção, assim como hipertensão e diabetes. A falta de informação pode levar a tratamentos inadequados, como o uso de chás e suplementos, que 14% e 5% dos entrevistados acreditam ser eficazes, respectivamente.

O tratamento da esteatose hepática deve focar em mudanças no estilo de vida, incluindo uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas. Villela ressalta que ser sedentário prejudica não apenas o fígado, mas também a saúde cardiovascular e muscular. A adesão do paciente ao tratamento é crucial para o controle da doença e a prevenção de complicações.

É fundamental que a sociedade se una para promover a conscientização sobre a esteatose hepática e suas consequências. Iniciativas que visem informar e educar a população podem fazer a diferença na prevenção e no tratamento dessa condição. A união em torno de projetos sociais pode ajudar a melhorar a saúde da comunidade e reduzir os impactos da doença.

Folha de São Paulo
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