Projeto no Congresso propõe mudanças no licenciamento ambiental, podendo dispensar licenças para obras de médio impacto e permitir autodeclaração, ameaçando a conservação de espécies como a arara-azul-de-lear e a jacutinga.

O Brasil enfrenta um momento crítico em relação ao licenciamento ambiental, com um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional e que pode alterar significativamente as regras estabelecidas desde os anos 1980. As mudanças propostas incluem a dispensa de licenças para obras de médio impacto e a possibilidade de licenças por autodeclaração, o que gera preocupações sobre a conservação ambiental e a proteção de espécies ameaçadas, como a arara-azul-de-lear e a jacutinga.
Pedro Develey, diretor-executivo da ONG Save Brasil, destaca que o licenciamento ambiental tem sido fundamental para evitar a extinção de diversas espécies. Ele cita exemplos de projetos que, após estudos de impacto ambiental, implementaram medidas de compensação para proteger a fauna e flora locais. A participação da sociedade civil e o conhecimento técnico dos gestores têm sido essenciais para garantir que os empreendimentos respeitem os critérios de proteção ambiental.
Mais de sessenta cientistas do Centro de Conhecimento em Biodiversidade alertam que a aprovação do projeto pode resultar em "consequências catastróficas", como aumento do desmatamento, desastres naturais e violações de direitos de povos indígenas. Eles consideram que essa proposta representa um dos maiores retrocessos ambientais já vistos no Congresso, abrindo caminho para a degradação sistemática do patrimônio natural e cultural do Brasil.
O projeto, que já passou pelo Senado com 54 votos a favor, agora aguarda reavaliação na Câmara. Se aprovado, poderá ser sancionado ou vetado pelo presidente da República. As mudanças propostas incluem a desobrigação de estudos prévios para grandes obras e a transferência de responsabilidades para estados e municípios, que muitas vezes não possuem a capacidade técnica necessária para lidar com essas questões.
Enquanto alguns especialistas, como Alexandre de Almeida, da Universidade de Brasília, argumentam que as mudanças não representam um retrocesso significativo, outros, como Tânia Maria de Souza, da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente, afirmam que isso pode comprometer a gestão ambiental e aumentar a ingerência política nos licenciamentos. A proposta, segundo ela, transforma o licenciamento em um mero "ato de cartório", prejudicando os esforços para enfrentar crises climáticas e de biodiversidade.
O Centro de Conhecimento em Biodiversidade também aponta que a fragilização do licenciamento pode afetar negativamente a competitividade do Brasil no cenário global, além de gerar uma avalanche de processos judiciais relacionados a danos socioambientais. Em meio a essa situação, é crucial que a sociedade civil se mobilize para apoiar iniciativas que promovam a proteção ambiental e a conservação da biodiversidade, garantindo um futuro mais sustentável para todos.

Uma pesquisa em Maceió (AL) detectou microplásticos em placentas e cordões umbilicais de bebês, sendo a primeira na América Latina. O estudo revela riscos à saúde dos recém-nascidos e destaca a urgência de regulamentação sobre plásticos.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) autorizou o Estudo de Viabilidade Técnica do Canal de Integração do Sertão Piauiense, que transporá águas do rio São Francisco. A obra beneficiará 42 municípios e cerca de um milhão de pessoas, buscando garantir segurança hídrica em áreas afetadas pela seca. O custo do estudo é de R$ 8,5 milhões e será apresentado em audiência pública na Assembleia Legislativa do Piauí.

O governo federal lançará o IPI Verde e o programa Carro Sustentável, que visam incentivar a produção de veículos menos poluentes com isenção total de IPI para modelos selecionados. A cerimônia ocorrerá no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. As iniciativas, parte da Lei do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), consideram critérios ambientais e de eficiência energética, beneficiando carros como Onix e Argo. A expectativa é que a redução de impostos seja repassada integralmente ao consumidor.

Pesquisadores japoneses criaram um plástico que se dissolve em água do mar em poucas horas, sem deixar resíduos, oferecendo uma solução inovadora para a poluição oceânica. O material, desenvolvido pelo Centro RIKEN e pela Universidade de Tóquio, é resistente e se decompõe naturalmente, evitando microplásticos.

Estudo da SOS Mata Atlântica revela que, em 2024, o desmatamento na Mata Atlântica se manteve estável, com a perda de 13.472 hectares, destacando a urgência de ampliar a proteção do bioma.

Apenas 7,5% das áreas vitais para a megafauna marinha estão protegidas, segundo o projeto MegaMove, que envolve 376 cientistas de 50 países. A degradação dos oceanos exige ações urgentes para preservar a biodiversidade.