Edvaldo Santana denuncia a falta de representatividade negra em temas como dinheiro, saúde e tecnologia na mídia, comparando a mortalidade negra atual com a escravidão e evidenciando a continuidade da opressão.
O Brasil, com sua história marcada pela escravidão e desigualdade racial, ainda enfrenta desafios significativos em relação à representatividade negra na mídia. Edvaldo Santana, professor e especialista em engenharia de produção, destaca a ausência de vozes negras em temas como dinheiro, saúde e tecnologia, questionando por que, mesmo com mais diálogos, a presença de negros em posições de destaque permanece escassa. Ele observa que, embora haja esforços para incluir negros na mídia, a maioria dos especialistas entrevistados continua sendo branca.
Santana menciona figuras históricas como Zumbi dos Palmares e Luiz Gama, que contribuíram para a formação do Brasil, mas cuja presença é raramente reconhecida em discussões contemporâneas. Ele compara a situação brasileira com a dos Estados Unidos, onde há uma valorização mais clara de cientistas e líderes empresariais negros, como Charles Drew e Patricia Bath. No Brasil, apenas um negro, o geógrafo Milton Santos, figura entre os setenta cientistas mais reconhecidos.
O autor também ressalta a invisibilidade de contribuições significativas de negros na ciência e na engenharia, como Juliano Moreira, considerado o pai da psiquiatria científica no Brasil, e André Rebouças, um abolicionista que desempenhou papel crucial na engenharia nacional. Essa falta de reconhecimento perpetua a narrativa de que os negros não têm um papel relevante na construção do conhecimento e na inovação.
Além disso, Santana traça um paralelo entre a mortalidade negra atual e a escravidão, revelando que, em 2024, a polícia brasileira matou 2.782 negros, uma média de quase oito por dia. Ele argumenta que essa estatística é alarmante, especialmente quando comparada à taxa de mortalidade durante o período escravocrata, que era de quatro negros por dia. Essa continuidade da opressão revela um estigma que persiste há mais de cinco séculos.
O autor critica a forma como a história é contada, que frequentemente apaga as contribuições de negros e minimiza suas lutas. Ele menciona o caso de Machado de Assis, que, apesar de ser negro, foi retratado como branco, evidenciando o apagamento de figuras negras na literatura e na cultura. Essa narrativa distorcida não apenas marginaliza os negros, mas também perpetua a desigualdade e a exclusão social.
É fundamental que a sociedade civil se una para promover a inclusão e a valorização das contribuições negras em todas as áreas. Projetos que visem resgatar a história e a cultura negra, além de apoiar iniciativas que promovam a educação e a visibilidade de profissionais negros, são essenciais para mudar essa realidade. A união em torno dessas causas pode impactar positivamente a luta contra a desigualdade e a opressão histórica.
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