Thelma Krug, ex-vice-presidente do IPCC, destaca a fragilidade do Acordo de Paris e a importância da COP30 em Belém. A cientista alerta para os desafios climáticos e a necessidade de um planejamento estratégico para as florestas tropicais.
A matemática Thelma Krug, que atuou como vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) entre 2015 e 2023, destaca a relevância da Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém do Pará. Em entrevista, Krug enfatizou a fragilidade do Acordo de Paris e a necessidade de um planejamento estratégico para a preservação das florestas tropicais, especialmente em um momento de crescente tensão bélica global.
Krug, que foi finalista na eleição para a presidência do IPCC, alerta que o Acordo de Paris já estava fragilizado antes da saída dos Estados Unidos. Ela observa que as ambições dos países signatários não têm se traduzido em resultados práticos, o que compromete a eficácia do pacto global. A cientista ressalta que a preservação das florestas é crucial não apenas para o clima, mas também para a segurança hídrica e a agricultura no Brasil.
O pesquisador Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), complementa a análise de Krug, afirmando que o Brasil é um dos países mais afetados pelas mudanças climáticas. Ele destaca que os impactos variam de acordo com as regiões, com o Sul enfrentando mais chuvas e tempestades, enquanto a Amazônia lida com secas e queimadas. A urgência de ações efetivas é evidente, pois os fenômenos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes.
Krug também discute a complexidade das ações climáticas em um cenário global conturbado, onde a guerra na Ucrânia e a postura negacionista de alguns governos dificultam a priorização das questões climáticas. Ela menciona que o investimento em defesa está superando os recursos destinados ao clima, criando um dilema sobre as prioridades globais. A cientista reafirma que a crise climática não pode ser combatida com armamentos.
A exploração de petróleo na Amazônia, proposta pela Petrobras, gera um conflito interno em Krug. Enquanto reconhece a necessidade de descarbonização para limitar o aquecimento global, ela também considera as condições socioeconômicas da população local. Krug defende um planejamento estratégico que considere as necessidades da população e os impactos ambientais, ressaltando que a exploração deve ser feita de forma sustentável.
Por fim, Krug se mostra otimista em relação ao fundo de US$ 30 bilhões a US$ 50 bilhões que o governo brasileiro planeja lançar na COP30 para financiar a preservação das florestas tropicais. Ela acredita que um investimento bem direcionado pode ajudar a manter a floresta em pé e proporcionar alternativas de uso sustentável. A união da sociedade civil é fundamental para garantir que esses recursos sejam utilizados de forma eficaz, promovendo a proteção ambiental e o desenvolvimento social.
Na COP30, a adaptação às mudanças climáticas será central, com foco em infraestruturas resilientes e apoio internacional, conforme discutido em seminário em Belém.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, foi aplaudida na Flip ao discutir a COP30 e criticar a saída dos EUA do Acordo de Paris, elogiando a China por seus avanços em tecnologia energética. A presença de Alessandra Sampaio, viúva de Dom Phillips, emocionou a ministra.
Marina Silva anunciou que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) deve ser lançado até a COP-30, com a meta de mobilizar mais de US$ 150 bilhões para 70 países. O governo critica a falta de financiamento climático.
O projeto do governo chileno para reabrir uma rodovia no Parque Nacional Alerce Costero ameaça a sobrevivência da Gran Abuelo, árvore de 5.400 anos, gerando protestos de cientistas e comunidades locais.
Uma forte ressaca no litoral do Rio de Janeiro, com ondas de até 3,5 metros, mobilizou 120 garis e resultou em um recorde de 52 viagens de caminhões para retirada de areia, respeitando diretrizes ambientais. A operação da Comlurb, iniciada após a invasão da pista da Avenida Delfim Moreira, garantiu a devolução do material à praia, preservando o ecossistema local. Este evento foi considerado a maior ressaca na região nos últimos cinco anos.
Relatório revela que jatos particulares nos EUA são responsáveis por 65% dos voos e 55% das emissões globais, com o Aeroporto Van Nuys se destacando como um dos mais poluentes. O uso crescente de jatos particulares aumentou suas emissões em 25% na última década.