Impacto Social

Transporte público no Rio é um desafio para idosos, revela especialista em longevidade

Transporte público no Rio de Janeiro é criticado por falta de acessibilidade para idosos, conforme destaca o gerontólogo Alexandre Kalache. Recentemente, 1.542 cidades em 51 países, incluindo 34 no Brasil, foram reconhecidas como "amigas do idoso" pela OMS.

Atualizado em
May 10, 2025
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Em uma cidade amiga do idoso, ônibus, trens e metrôs deveriam ter piso rebaixado, motoristas gentis e assentos garantidos. Foto: majorosl66/Adobe Stock

O transporte público no Rio de Janeiro enfrenta sérias dificuldades de acessibilidade, especialmente para a população idosa. O gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, destaca que embarcar em um ônibus na cidade é uma tarefa extremamente desafiadora. Ele menciona que os degraus altos e a falta de suporte tornam a experiência quase impossível para os idosos, que precisam ser ágeis para evitar quedas e lesões.

Kalache, que tem 78 anos, compara a dificuldade de usar o transporte público a ganhar uma medalha olímpica. Ele critica a falta de infraestrutura adequada, afirmando que os ônibus são construídos em chassis de caminhão, o que agrava a situação. Além disso, a experiência de se deslocar em trens do subúrbio é ainda mais complicada, com a pressão da multidão dificultando o acesso.

Em contrapartida, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu 1.542 cidades em 51 países como "amigas do idoso", incluindo 34 no Brasil. Para obter esse status, as cidades devem atender a critérios como transporte acessível, tarifas baixas e assentos preferenciais. No Brasil, cidades como Veranópolis e Curitiba se destacam por suas políticas voltadas ao envelhecimento saudável.

O prefeito de Veranópolis, Waldemar De Carli, enfatiza a importância de viver bem, não apenas viver muito. Ele ressalta que cuidar da saúde desde cedo é fundamental para garantir uma vida longa e saudável. A cidade, que possui uma população significativa de idosos, implementa políticas públicas que visam melhorar a qualidade de vida dessa faixa etária.

O Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL), criado pelo Instituto de Longevidade, também avalia as cidades brasileiras em relação ao envelhecimento. São Caetano do Sul, em São Paulo, foi apontada como a melhor cidade para idosos, destacando-se em saúde e serviços. O prefeito José Auricchio Júnior menciona que a população idosa já representa 24,2% da cidade, o que torna essencial a implementação de políticas públicas voltadas para essa população.

Com o aumento da população idosa no Brasil, que deve ultrapassar o número de crianças até 2030, é crucial que a sociedade se mobilize para enfrentar desafios como o idadismo e a falta de acessibilidade. Projetos que visem melhorar a infraestrutura e a qualidade de vida dos idosos podem fazer uma grande diferença. A união da sociedade civil pode ser um fator decisivo para transformar a realidade de muitos que enfrentam dificuldades no dia a dia.

Estadão
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