Saúde e Ciência

Vitamina D pode potencializar eficácia da quimioterapia no tratamento do câncer de mama, aponta estudo brasileiro

Estudo da FMB-Unesp indica que a vitamina D pode potencializar a quimioterapia em mulheres com câncer de mama, com 43% de remissão no grupo que recebeu suplementação. Pesquisadores destacam a acessibilidade da vitamina como alternativa promissora.

Atualizado em
June 5, 2025
Clock Icon
4
min
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o nível recomendado de vitamina D para adultos é entre 40 e 70 ng/mL. — Foto: Reprodução/Freepik

A vitamina D pode ser uma importante aliada no tratamento do câncer de mama. Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp) revelou que a suplementação de duas mil unidades internacionais (UI) diárias da vitamina pode aumentar a eficácia da quimioterapia em mulheres com câncer de mama. Os dados foram divulgados pela Agência Fapesp e mostram que 43% das participantes que receberam a vitamina apresentaram remissão da doença, em comparação a apenas 24% do grupo que tomou placebo.

O estudo envolveu oitenta mulheres com mais de 45 anos que iniciariam tratamento no ambulatório de oncologia do Hospital das Clínicas da FMB-Unesp. As participantes foram divididas em dois grupos: um recebeu a suplementação de vitamina D, enquanto o outro recebeu comprimidos placebo. Após seis meses de tratamento, os resultados mostraram uma diferença significativa na resposta à quimioterapia entre os grupos.

Eduardo Carvalho-Pessoa, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional São Paulo e um dos autores do estudo, destacou que, apesar da amostra pequena, a diferença na resposta à quimioterapia foi expressiva. Ele também ressaltou que a dosagem utilizada na pesquisa é bem inferior à dose de ataque normalmente recomendada para corrigir a deficiência de vitamina D, que costuma ser de cinquenta mil UI por semana.

A maioria das participantes apresentava níveis baixos de vitamina D, com menos de vinte nanogramas por mililitro de sangue. A suplementação elevou esses níveis ao longo do tratamento, o que pode ter contribuído para a recuperação das pacientes. Carvalho-Pessoa enfatizou que a vitamina D é uma opção acessível e econômica em comparação a outras drogas que visam melhorar a resposta à quimioterapia, algumas das quais não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde.

Os pesquisadores acreditam que os achados abrem novas possibilidades para investigações mais aprofundadas sobre o papel da vitamina D no tratamento oncológico. Resultados como esses justificam a necessidade de estudos com um número maior de participantes, permitindo um entendimento mais abrangente sobre a contribuição da vitamina D na resposta ao tratamento quimioterápico e, consequentemente, na chance de remissão do câncer de mama.

Além de seu papel na saúde óssea, a vitamina D também é fundamental para o sistema imunológico, ajudando a combater infecções e doenças como o câncer. Em um contexto onde a saúde e o acesso a tratamentos eficazes são cruciais, iniciativas que promovam a pesquisa e a suplementação de vitamina D podem fazer uma diferença significativa na vida de muitas mulheres. A união da sociedade pode ser um fator determinante para apoiar essas causas e garantir que mais pacientes tenham acesso a tratamentos que potencialmente salvam vidas.

Leia mais

Aumento de atendimentos por bronquiolite em crianças destaca a importância da prevenção e vacinação
Saúde e Ciência
Clock Icon
4
min
Aumento de atendimentos por bronquiolite em crianças destaca a importância da prevenção e vacinação
News Card

Aumento de atendimentos pediátricos por doenças respiratórias preocupa, com bronquiolite liderando internações. Vacina Abrysvo será disponibilizada no SUS a partir de 2026.

Brasil avança rumo à certificação de eliminação da transmissão vertical do HIV com relatório à OMS
Saúde e Ciência
Clock Icon
4
min
Brasil avança rumo à certificação de eliminação da transmissão vertical do HIV com relatório à OMS
News Card

Brasil busca certificação da OPAS/OMS para eliminar transmissão vertical do HIV, com taxas abaixo de 2% e incidência em crianças abaixo de 0,5 por mil nascidos vivos. O ministro Alexandre Padilha destaca a importância dessa conquista.

Brasil enfrenta surto de influenza com vacinação abaixo de 36% e 15 estados em alerta para SRAG
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Brasil enfrenta surto de influenza com vacinação abaixo de 36% e 15 estados em alerta para SRAG
News Card

Com a cobertura vacinal contra a gripe em apenas 35,96%, o Brasil enfrenta um surto de influenza, com 15 estados em alerta para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Especialistas alertam sobre a gravidade da situação, com quase 75% das mortes recentes atribuídas à cepa influenza A.

Transplantes no Distrito Federal crescem 6,5% em 2025, destacando a importância da doação de órgãos
Saúde e Ciência
Clock Icon
4
min
Transplantes no Distrito Federal crescem 6,5% em 2025, destacando a importância da doação de órgãos
News Card

Entre janeiro e abril de 2025, o Distrito Federal registrou 655 transplantes, um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior, destacando-se como referência nacional na área. A Central Estadual de Transplantes coordena a logística complexa, que depende da doação de órgãos, essencial para salvar vidas.

Brasil enfrenta surto de dengue com mais de um milhão de casos prováveis em 2025 e 668 mortes confirmadas
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Brasil enfrenta surto de dengue com mais de um milhão de casos prováveis em 2025 e 668 mortes confirmadas
News Card

Brasil registra mais de um milhão de casos de dengue em 2025, com 668 mortes confirmadas. A epidemia continua a impactar a saúde pública, especialmente entre jovens adultos.

Câncer no Brasil: prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para reverter o aumento de casos avançados
Saúde e Ciência
Clock Icon
4
min
Câncer no Brasil: prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para reverter o aumento de casos avançados
News Card

Roger Chammas, oncologista e diretor do Icesp, enfatiza a urgência da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer no Brasil, destacando entraves na incorporação de novas terapias no SUS. O aumento de diagnósticos em estágios avançados exige ações imediatas na saúde pública.