Impacto Social

A ausência paterna e seu impacto na pobreza: uma reflexão sobre a estrutura familiar brasileira

O livro "O Privilégio dos Dois Pais", de Melissa S. Kearney, revela a vulnerabilidade de crianças em famílias monoparentais, destacando a ausência paterna nas políticas sociais brasileiras. A pesquisa mostra que três quartos das crianças de baixa renda vivem com mães solo, evidenciando a necessidade de políticas sociais que abordem essa escassez.

Atualizado em
July 30, 2025
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Sem o pai, há ainda a perda de uma referência de comportamentos – aqui supondo que o pai que falta é o bom pai Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

A relação entre a ausência paterna e a pobreza é um tema que vem ganhando destaque, especialmente com a publicação do livro "O Privilégio dos Dois Pais" da economista Melissa S. Kearney. O livro apresenta dados que evidenciam a vulnerabilidade de crianças em famílias monoparentais, ressaltando a necessidade de políticas sociais que considerem essa realidade. A pesquisa revela que, no Brasil, cerca de três quartos das crianças em famílias de baixa renda vivem apenas com suas mães.

A frase do ex-senador Marco Rubio, “A pobreza é fundamentalmente a ausência do pai”, inicialmente considerada simplista, reflete uma realidade complexa. A falta de um pai em casa não apenas reduz a capacidade financeira da família, mas também limita o suporte emocional e educacional que uma figura paterna pode proporcionar. Durante a pandemia, mais de dez milhões de auxílios emergenciais foram concedidos a mães solo, evidenciando a necessidade urgente de apoio a essas famílias.

Além do aspecto financeiro, a ausência do pai pode resultar em consequências emocionais e comportamentais para as crianças. A falta de um modelo masculino positivo pode afetar o desenvolvimento social e emocional, enquanto as mães que assumem sozinhas a responsabilidade familiar frequentemente enfrentam sobrecarga, o que pode levar a problemas de saúde mental, como depressão.

A Constituição brasileira menciona o “princípio da paternidade responsável”, mas a prática mostra que as políticas sociais ainda não são suficientes para incentivar a boa paternidade. O foco tem sido mais em apoiar mães solo do que em promover a participação ativa dos pais na criação dos filhos. Essa realidade demanda uma reflexão sobre como as políticas públicas podem ser reformuladas para abordar a escassez de pais nas famílias.

O estudo do governo brasileiro, que identificou dez milhões de crianças na primeira infância em famílias de baixa renda, destaca a urgência de ações que visem a inclusão dos pais na dinâmica familiar. A falta de um pai em casa não é apenas uma questão de estrutura familiar, mas um fator que contribui significativamente para a perpetuação da pobreza entre as gerações.

Nesta situação, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a paternidade responsável e ajudem a mitigar os efeitos da ausência paterna. Projetos que incentivem a participação dos pais na educação e no cuidado dos filhos podem fazer uma diferença significativa na vida dessas crianças, contribuindo para um futuro mais promissor e igualitário.

Estadão
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