Ailton Krenak critica a gestão ambiental do governo Lula, destacando a falta de orçamento no Ministério dos Povos Originários e a exploração de petróleo na Amazônia. Ele expressa ceticismo sobre a COP30.

O ambientalista e líder indígena Ailton Krenak expressou seu ceticismo em relação à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, Pará, no final do ano. Em entrevista ao GLOBO, Krenak criticou a falta de orçamento do Ministério dos Povos Originários e a influência negativa do Congresso nas políticas ambientais, destacando a exploração de petróleo na Amazônia como uma preocupação central. Ele afirmou que a conferência se transformou em um "balcão de negócios de corporações", sem espaço para a participação efetiva dos povos indígenas.
Krenak ressaltou que a gestão ambiental do governo Lula enfrenta desafios significativos, devido ao desmantelamento das políticas no governo anterior. Ele elogiou a coragem do presidente, mas expressou dúvidas sobre a capacidade de reverter a situação, citando um Congresso dominado por interesses contrários à proteção ambiental. O líder indígena também criticou a falta de mobilização da sociedade, que, segundo ele, se limita a postagens nas redes sociais.
Sobre o trabalho do Ministério dos Povos Originários, Krenak afirmou que a ministra Sonia Guajajara está à frente de uma pasta sem poder e orçamento, o que dificulta a realização de um trabalho eficaz. Ele descreveu a situação como um "desprestígio" e destacou que não é possível realizar um trabalho significativo sem poder político. Krenak também se mostrou pessimista em relação à aprovação de projetos que flexibilizam o licenciamento ambiental e a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.
O líder indígena criticou a aprovação do Marco Temporal pelo Congresso, considerando-o uma "mentira jurídica" que favorece o latifúndio. Ele alertou que a classe política busca tirar proveito do meio ambiente, resultando em destruição. Krenak também expressou preocupação com a possibilidade de o presidente Lula não vetar projetos prejudiciais ao meio ambiente, afirmando que o governo está refém de um discurso econômico que compromete a proteção ambiental.
Krenak questionou a capacidade da esquerda de apresentar candidaturas viáveis para as próximas eleições, destacando a falta de apoio a novos nomes e a divisão interna. Ele acredita que, apesar das dificuldades, pode surgir um nome competitivo até o próximo ano. Em relação à COP30, Krenak afirmou que as conferências climáticas perderam sua função original e se tornaram um espaço para interesses corporativos, com uma sub-representação dos setores mais vulneráveis.
A situação na Amazônia, segundo Krenak, é alarmante. Ele afirmou que o bioma não consegue mais sustentar a vida e que a destruição contínua compromete a sobrevivência no planeta. A necessidade de um envolvimento socioambiental, que una a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento humano, foi enfatizada por Krenak. Em um momento crítico como este, a união da sociedade pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a proteção ambiental e a valorização dos povos originários.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticou a alta dos preços de hospedagem em Belém para a COP-30, chamando a situação de "extorsão", enquanto elogiou os vetos de Lula ao projeto de licenciamento ambiental.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro Waldez Góes assinarão a ordem de serviço para duplicação da estação de bombeamento EBI-3, aumentando a capacidade de abastecimento no Nordeste. A cerimônia ocorrerá em Salgueiro, Pernambuco, e beneficiará 237 municípios e cerca de 8,1 milhões de pessoas, como parte da iniciativa Caminho das Águas.

A partir de 5 de agosto, inicia a liberação de água do Rio São Francisco para o Rio Grande do Norte, com um total de 46,3 milhões de m³ em 132 dias, beneficiando o semiárido. O ministro Waldez Góes destaca a importância dessa ação para a segurança hídrica da região.

Registros inéditos do pica-pau-de-banda-branca (Dryocopus lineatus) foram feitos no Parque Nacional da Tijuca, revelando a importância da espécie para o ecossistema local. O professor Henrique Rajão documentou a presença da ave, que não constava no Plano de Manejo da área.

O Brasil gera 81 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos anualmente, com apenas 4,5% reciclados. A economia circular pode criar 244 mil empregos até 2040 e impactar R$ 10 bilhões na economia.

Novo relatório da ONU revela que a seca extrema na Amazônia entre 2023 e 2024 é uma das mais severas já registradas, impactando ecossistemas e comunidades ribeirinhas, além de afetar o comércio global. A estiagem causou a morte de animais e comprometeu o abastecimento de água, evidenciando a urgência de ação diante das mudanças climáticas.