Saúde e Ciência

Alopecia areata: condição autoimune afeta até 2% da população e gera debate sobre exames laboratoriais

Estudo global revela que 80% dos especialistas em alopecia areata realizam testes para condições autoimunes, destacando o uso de inibidores de JAK como tratamento promissor, embora ainda debatido no Brasil.

Atualizado em
July 3, 2025
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Homem de costas com alopecia areata; o cabelo tem falhas em formatos circulares - Fonte: USP Imagens

A alopecia areata é uma condição autoimune que provoca a perda de cabelo em placas, afetando principalmente crianças e jovens. Dados indicam que cerca de 60% dos casos surgem antes dos 20 anos. Embora a condição atinja de 1% a 2% da população, as diretrizes internacionais sobre a realização de testes laboratoriais são controversas. A Associação Britânica de Dermatologia, por exemplo, desaconselha esses testes de rotina, citando a possível sobrecarga no sistema público de saúde.

Um estudo global recente revelou que 80% dos especialistas em alopecia areata realizam testes para condições autoimunes. A pesquisa, que envolveu 30 especialistas de 14 países, destacou que 50,9% dos profissionais testam rotineiramente, enquanto 39,3% realizam testes em pacientes selecionados. A função tireoidiana foi a condição mais frequentemente investigada, com 75% dos especialistas concordando sobre sua importância.

Os resultados também mostraram que 66% dos médicos consideram essencial um hemograma completo para avaliar a saúde geral dos pacientes. Testes para condições como déficit nutricional foram realizados por 39,7% dos especialistas, enquanto apenas 24,3% testaram para diagnósticos alternativos. Os fatores que mais influenciam a solicitação de exames incluem sintomas sugestivos de condições coexistentes e histórico familiar de autoimunidade.

O estudo também revelou que menos de dois terços dos médicos utilizam a Ferramenta de Gravidade da Alopecia (Salt) para monitorar a condição dos pacientes. Essa escala avalia a perda de cabelo em uma faixa de 0 a 100, sendo que valores acima de 50 indicam a necessidade de inibidores de Janus quinase (JAK), que têm mostrado resultados promissores no tratamento da alopecia areata.

Os inibidores de JAK, que bloqueiam a atividade de enzimas envolvidas na inflamação, já são utilizados em tratamentos reumatológicos e estão ganhando espaço no tratamento da alopecia areata. Embora aprovados no Brasil, sua prescrição ainda depende de judicialização. Estudos sugerem que esses medicamentos poderiam ser mais eficazes se utilizados em pacientes que ainda não tentaram tratamentos convencionais.

Além da questão física, a alopecia areata pode impactar significativamente a saúde mental dos pacientes, especialmente mulheres, devido à estigmatização social. A pesquisadora Isabella Doche alerta para o aumento de tratamentos não comprovados oferecidos por profissionais não qualificados. Em situações como essa, a união da sociedade pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a saúde e o bem-estar dos afetados pela condição.

Jornal da USP - Saúde
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