Saúde e Ciência

Aumento de mortes por influenza preocupa; cobertura vacinal permanece abaixo da meta de 90%

O Brasil enfrenta um aumento alarmante nas mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), com o vírus influenza responsável por 75,4% dos óbitos. O Ministério da Saúde liberou R$ 50 milhões para atendimento e recomenda a ampliação da vacinação.

Atualizado em
June 13, 2025
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Idosos fazem parte do grupo prioritário para vacinação e são os principais afetados pelos casos graves de gripe — Foto: Divulgação Secretaria municipal de Saúde

Desde o início de abril, o Brasil tem enfrentado um aumento alarmante nas mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), com o vírus influenza se tornando o principal responsável. Dados do boletim Infogripe, da Fiocruz, revelam que, na última edição, publicada em 12 de junho, o influenza foi responsável por 75,4% das mortes por SRAG, um aumento significativo em relação aos 10,9% registrados no início do mês. Além disso, o número de casos de SRAG em maio deste ano quase dobrou, com um aumento de 91% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A alta atípica de casos concentra-se principalmente nas regiões Centro-Sul do país. Na cidade de São Paulo, as mortes por SRAG causadas pelo influenza cresceram mais de 127% em relação ao ano passado. Entre as capitais, 17 estão em alerta ou alto risco, incluindo cidades como Aracaju, Belo Horizonte, Brasília e Salvador. O infectologista Celso Granato, do Grupo Fleury, observa que, embora o aumento de doenças respiratórias seja comum no outono, a circulação do influenza geralmente ocorre nos meses de junho e julho.

Um dos fatores que contribui para esse aumento é a baixa adesão à vacinação. Dados do Ministério da Saúde indicam que, até 10 de junho, a cobertura vacinal entre grupos prioritários, como crianças, idosos e gestantes, era de apenas 37,77%, muito abaixo da meta de 90%. Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Unesp, destaca que esses grupos são os mais vulneráveis às formas graves da doença.

A Fiocruz também alerta que a influenza A tem afetado todas as faixas etárias, com maior impacto nos idosos. Entre as crianças, o vírus sincicial respiratório (VSR) continua sendo a principal causa de hospitalização. A pesquisadora Tatiana Portella enfatiza que uma boa cobertura vacinal pode reduzir significativamente as hospitalizações no país.

Em resposta ao aumento de casos, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 50 milhões para fortalecer o atendimento a adultos com SRAG no Sistema Único de Saúde (SUS). Com essa nova portaria, o total de recursos temporários chega a R$ 150 milhões, incluindo um aporte anterior de R$ 100 milhões para crianças hospitalizadas. Além disso, o ministério recomendou que a vacinação contra a gripe seja ampliada para toda a população, desde que haja doses disponíveis.

Estados como Amazonas, São Paulo e Bahia já adotaram essa medida, permitindo a vacinação para todos. Essa ação visa aumentar a proteção contra os vírus respiratórios que circulam no país, especialmente durante o período de baixas temperaturas. Em situações como essa, a união da sociedade pode fazer a diferença, proporcionando apoio e recursos para iniciativas que visem a saúde e bem-estar da população.

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