Impacto Social

"Autismo: trajetória de superação e inovação na pesquisa de diagnósticos acessíveis"

Após ser diagnosticado com autismo aos 54 anos, um professor da USP lidera pesquisa em inteligência artificial para diagnósticos precoces de TEA, promovendo inclusão e conscientização.

Atualizado em
May 28, 2025
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Edsonaoki

Em 2020, um homem de 54 anos recebeu o diagnóstico de autismo após uma série de testes. O psiquiatra sugeriu que ele mantivesse o diagnóstico em segredo, mas ele decidiu compartilhar sua condição, afirmando que ser neurodivergente não é um problema. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é multifatorial e se manifesta na infância, apresentando uma variedade de características. O diagnóstico trouxe clareza sobre sua infância, marcada por dificuldades de socialização e experiências desafiadoras.

Durante a adolescência, ele se sentia diferente dos colegas, enfrentando dificuldades em esportes e sendo alvo de piadas. Apesar de ter frequentado psicólogos, a possibilidade de estar no espectro autista nunca foi abordada. Ele relata que, em ambientes barulhentos, desenvolveu estratégias para lidar com a sobrecarga sensorial, como contar histórias mentalmente, embora nem sempre funcionassem.

Natural do interior do Piauí, ele se mudou para Recife aos quatro anos e, posteriormente, para São Carlos, onde se formou em ciência da computação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desde o início da carreira, ele se interessou por inteligência artificial (IA), participando de um dos primeiros cursos sobre o tema no Brasil. Após concluir a graduação, ele fez mestrado e doutorado no exterior, focando em redes neurais.

Após retornar ao Brasil, ele foi contratado como docente na Universidade de São Paulo (USP) em 1994 e atualmente é diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). Ele coordena o centro de pesquisa Iara, que desenvolve soluções de IA para criar cidades mais inclusivas e sustentáveis. Desde 2023, ele trabalha em colaboração com especialistas para desenvolver ferramentas de IA que tornam o diagnóstico de TEA mais acessível e confiável.

O grupo de pesquisa investiga o uso de reconhecimento facial, análise de sinais cerebrais e biomarcadores moleculares para identificar o TEA em crianças pequenas. Embora muitos acreditem que os casos de autismo tenham aumentado, o autor ressalta que, no passado, apenas os casos mais graves eram diagnosticados. Hoje, com maior conscientização e menos estigma, mais pessoas são identificadas, mas é crucial diferenciar o autismo de outras condições, como o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Iniciativas que buscam melhorar o diagnóstico e a inclusão de pessoas com TEA são essenciais. A sociedade civil pode apoiar projetos que promovam a pesquisa e a conscientização sobre o autismo, contribuindo para um futuro mais inclusivo e sustentável para todos. Essa união pode fazer a diferença na vida de muitas pessoas e suas famílias.

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