Meio Ambiente

Baleias jubarte em migração geram preocupação após avistamento de animal morto no litoral do Rio

A migração das baleias jubarte para o litoral do Rio de Janeiro gera preocupações após a descoberta de uma jubarte morta, evidenciando a falta de fiscalização nas regras de convivência. Ambientalistas alertam para o estresse causado por barcos que cercam os animais, enquanto a recuperação da espécie desde os anos 80 aumenta os avistamentos. A diminuição do krill na Antártida pode estar alterando o comportamento das jubartes, que buscam alimento mais próximo da costa.

Atualizado em
July 23, 2025
Clock Icon
3
min
Em plena temporada de migração desses animais, que vêm da Antártida em busca de águas quentes para reprodução, cresce também o risco de um turismo de observação sem controle. Foto: Pedro Kirilos

A temporada de migração das baleias jubarte, que se deslocam da Antártida em busca de águas mais quentes, está em pleno andamento. Contudo, o recente achado de uma jubarte morta no litoral do Rio de Janeiro, na última segunda-feira, gerou preocupações entre ambientalistas. O alerta não se refere apenas à morte do animal, mas também ao aumento de avistamentos em áreas costeiras que não estão preparadas para receber as baleias.

Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil, destacou que muitos barcos cercam as baleias, causando estresse desnecessário aos animais. Apesar de já existirem regras de convivência, como a distância mínima de cem metros e a limitação de dois barcos por grupo, a fiscalização ainda é insuficiente. O crescimento no número de avistamentos está ligado à recuperação da espécie desde a proibição da caça nos anos oitenta.

A visibilidade das jubartes também aumentou, uma vez que qualquer banhista com um celular pode transformar um avistamento em um evento viral, atraindo mais embarcações para a região. A questão da aproximação das baleias à costa ainda carece de consenso, e não há evidências claras sobre o impacto das mudanças climáticas nesse comportamento.

Um fator que pode estar influenciando a migração das jubartes é a diminuição do krill, seu principal alimento, na Antártida. Essa escassez pode estar levando as baleias a buscar alimento em águas mais próximas ao Brasil. Nathalie enfatizou que estamos em um momento crucial e que é necessário aprender a conviver com esses magníficos animais.

Além da preocupação com a segurança das jubartes, a situação exige uma reflexão sobre a responsabilidade de todos em relação à preservação do meio ambiente. A falta de preparo para receber as baleias e a fiscalização inadequada das regras de convivência são questões que precisam ser abordadas urgentemente.

Em momentos como este, a união da sociedade civil pode fazer a diferença. Projetos que visem a proteção e a conscientização sobre a convivência com as baleias jubarte devem ser incentivados, pois podem contribuir para a preservação dessa espécie e a saúde dos nossos oceanos.

Estadão
Quero ajudar

Leia mais

Embrapa recebe mudas de tamareiras dos Emirados Árabes após 10 meses de quarentena para garantir segurança fitossanitária
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Embrapa recebe mudas de tamareiras dos Emirados Árabes após 10 meses de quarentena para garantir segurança fitossanitária
News Card

A Estação Quarentenária de Germoplasma Vegetal da Embrapa, em Brasília, recebeu 10 mudas de tamareiras dos Emirados Árabes após 10 meses de quarentena, ressaltando seu papel na segurança das espécies vegetais. A quarentena é essencial para evitar a introdução de pragas no Brasil, com mais de 850 mil amostras analisadas desde 1976.

BNDES financia R$ 566 milhões para mineroduto e centro de reciclagem da Gerdau em Minas Gerais e São Paulo
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
BNDES financia R$ 566 milhões para mineroduto e centro de reciclagem da Gerdau em Minas Gerais e São Paulo
News Card

O BNDES destinou R$ 566 milhões à Gerdau para a construção de um mineroduto e um rejeitoduto em Minas Gerais, além de um centro de reciclagem em São Paulo, visando reduzir 100 mil toneladas de emissões anuais. O projeto, que deve gerar 4.500 empregos, promove a descarbonização e a nova política industrial do governo.

Conferência da ONU sobre os Oceanos avança na proteção marinha, mas deixa lacunas em mineração e combustíveis fósseis
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Conferência da ONU sobre os Oceanos avança na proteção marinha, mas deixa lacunas em mineração e combustíveis fósseis
News Card

A terceira Conferência da ONU sobre os Oceanos (UNOC3) em Nice resultou em 19 novas ratificações do Tratado do Alto-Mar, totalizando 50 países, mas não avançou em mineração em águas profundas. Apesar do progresso na proteção dos oceanos, a falta de ações concretas em temas críticos gerou frustração entre ambientalistas. A expectativa é que a COP30, em novembro, aborde essas questões.

Floresta do Parque Nacional da Tijuca revela marcas da presença humana em meio à natureza regenerada
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Floresta do Parque Nacional da Tijuca revela marcas da presença humana em meio à natureza regenerada
News Card

A floresta do Parque Nacional da Tijuca, vista como natureza intocada, é na verdade resultado de reflorestamento e marcas de atividades humanas, revelando uma rica história cultural. O estudo destaca a interação entre humanos e natureza, evidenciada por vestígios de trilhas, carvoarias e espécies exóticas que moldaram a paisagem.

Movimento Mãos da Transição promove agroecologia como solução sustentável para o aquecimento global
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Movimento Mãos da Transição promove agroecologia como solução sustentável para o aquecimento global
News Card

Movimento "Mãos da Transição" destaca jovens agroecologistas, como Willians Santana e Ana Karoliny Calleri, que mostram resultados positivos e atraem novos agricultores para práticas sustentáveis.

Amazônia enfrenta estresse hídrico crescente e risco de colapso devido a mudanças climáticas e desmatamento
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Amazônia enfrenta estresse hídrico crescente e risco de colapso devido a mudanças climáticas e desmatamento
News Card

Estudos revelam que a Amazônia enfrenta estresse hídrico crescente, com 63% da floresta afetada em 2015, impactando a ciclagem da água e a capacidade de estocar carbono, alertam pesquisadores do Cemaden e Inpe.