Meio Ambiente

Brasil enfrenta aumento alarmante de desastres climáticos, com 7.539 eventos de chuvas intensas entre 2020 e 2023

O Brasil enfrenta um aumento alarmante de desastres climáticos, com 7.539 eventos de chuvas extremas entre 2020 e 2023, afetando 91,7 milhões de pessoas e gerando prejuízos de R$ 146,7 bilhões.

Atualizado em
July 1, 2025
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Apenas nas enchentes históricas do Rio Grande do Sul, as perdas econômicas somaram R$ 88,9 bilhões e reforçam a urgência da adaptação climática (Gustavo Ghisleni/AFP)

O Brasil enfrenta um aumento alarmante de desastres climáticos, especialmente relacionados a chuvas intensas. Entre 2020 e 2023, foram registrados 7.539 eventos desse tipo, um crescimento de 320% em comparação com a década de 1990, quando ocorreram 2.335 eventos. O estudo, coordenado pelo Programa Maré de Ciência da Universidade Federal de São Paulo, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, UNESCO e Fundação Grupo Boticário, visa alertar a sociedade sobre os impactos das mudanças climáticas.

Desde 1991, o país contabilizou 26.767 eventos de chuvas extremas, com um crescimento acentuado a partir dos anos 2000. A média anual de registros de desastres climáticos dobrou em relação à década anterior, chegando a ser 7,3 vezes maior do que na década de 1990. As previsões indicam que essa tendência deve se agravar, com eventos climáticos extremos se tornando cada vez mais frequentes e intensos.

O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) aponta que a precipitação nas regiões Sul e Sudeste pode aumentar em até 30% até 2100, enquanto as regiões Norte e Nordeste podem sofrer uma redução de até 40%. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) também alerta que a disponibilidade hídrica no Brasil pode diminuir em até 40% até 2040, o que agrava ainda mais a situação.

Atualmente, 4.645 municípios brasileiros já enfrentaram eventos relacionados a chuvas intensas, com a proporção de locais afetados saltando de 27% nos anos 1990 para 83% atualmente. O verão é a estação que concentra a maior parte dos desastres, mas o outono também apresenta um aumento significativo, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Entre 1991 e 2023, cerca de 91,7 milhões de brasileiros foram impactados, um aumento de 82 vezes em relação aos anos 1990.

Os prejuízos econômicos gerados por esses desastres são alarmantes, totalizando R$ 146,7 bilhões. Entre 2020 e 2023, as perdas chegaram a R$ 43 bilhões, um valor 40 vezes maior do que os R$ 1,1 bilhão da década de 1990. Somente no Rio Grande do Sul, as perdas estimadas em 2024 devido a enchentes históricas alcançaram R$ 88,9 bilhões, elevando os prejuízos desta década para cerca de R$ 132 bilhões.

Para enfrentar essa crise, especialistas defendem investimentos em políticas de prevenção e adaptação climática. Medidas como planejamento urbano adequado e sistemas de alerta meteorológico eficazes podem salvar vidas e reduzir danos materiais. Nessa situação, nossa união pode ajudar os menos favorecidos, promovendo iniciativas que visem a recuperação e a resiliência das comunidades afetadas.

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