Entre 2020 e 2023, o Brasil enfrentou 1.885 desastres climáticos relacionados a chuvas, afetando 80% dos municípios e resultando em danos econômicos de R$ 10,76 bilhões anuais. O estudo da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica destaca o aumento alarmante de mortes e prejuízos, evidenciando a urgência de ações contra o aquecimento global.

O Brasil enfrentou um aumento alarmante de desastres climáticos relacionados a chuvas entre 2020 e 2023, com um total de 1.885 eventos registrados. Esse número representa um crescimento significativo em comparação aos 899 desastres ocorridos de 2010 a 2019. O estudo da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica revela que oito em cada dez municípios foram afetados, totalizando 4.645 cidades, um aumento de 328 em relação à década anterior.
A média anual de pessoas impactadas pelos desastres até 2023 é de 3,2 milhões, embora ainda esteja abaixo dos 3,8 milhões registrados entre 2010 e 2019. Contudo, se incluirmos os dados do Rio Grande do Sul em 2024, essa média sobe para 6,8 milhões. O estudo, intitulado "Temporada das Águas: O Aumento das Chuvas Extremas", utiliza informações do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Os danos materiais também aumentaram drasticamente, com uma média anual de 4,9 milhões de unidades afetadas entre 2020 e 2023, em comparação com 501,2 mil na década anterior. A maioria dos danos ocorreu em obras de infraestrutura pública, que representam noventa por cento dos registros desde 1995. Os prejuízos econômicos anuais atingiram R$ 10,76 bilhões, um aumento de 58% em relação à média de R$ 6,81 bilhões da década de 2010.
O professor Ronaldo Christofoletti, do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo, destaca que os dados refletem os impactos do aquecimento global, que ainda não são adequadamente abordados pela sociedade. Ele alerta que a solução exige investimentos de médio e longo prazo, um desafio que muitas vezes não é priorizado devido à pressão política e à necessidade de resultados imediatos.
O futuro apresenta preocupações adicionais, com previsões de que as mudanças nos padrões de chuva até 2100 podem resultar em um aumento de até trinta por cento na precipitação no Sul e Sudeste, enquanto o Norte e Nordeste podem enfrentar uma redução de quarenta por cento. Essa situação pode intensificar o estresse hídrico nas bacias hidrográficas, afetando o abastecimento de água em diversas regiões.
Em meio a esse cenário desafiador, é fundamental que a sociedade civil se una para apoiar iniciativas que ajudem as vítimas desses desastres e promovam a resiliência nas comunidades afetadas. A mobilização em torno de projetos sociais e culturais pode ser uma forma eficaz de mitigar os impactos e promover a recuperação das áreas atingidas.

A pré-COP em Bonn revelou desconfiança nas negociações climáticas, com dificuldades em consenso sobre financiamento e a Meta Global de Adaptação, além de restrições à participação da sociedade civil. A conferência, que prepara a COP30 em Belém, enfrentou intensas divergências e censura em protestos, destacando a necessidade de ampliar a participação e garantir financiamento justo para enfrentar as mudanças climáticas.

Ibama intensifica fiscalização em áreas indígenas da Amazônia Legal, confirmando extração ilegal de madeira no Parque do Xingu e poluição do rio Pixaxa por garimpos na Terra Indígena Menkragnoti. Equipamentos foram apreendidos e inutilizados.

O Governo Federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, instituiu 18 Polos de Agricultura Irrigada, abrangendo 1,5 milhão de hectares, com potencial para expandir até 8,6 milhões. Essa iniciativa visa fortalecer a produção agrícola e o desenvolvimento socioeconômico regional, promovendo um uso eficiente da água e a geração de emprego.

Travis Hunter, do MIT, alerta sobre a desconexão entre governo, universidades e startups no Brasil, um obstáculo à descarbonização. Parcerias estratégicas são essenciais para potencializar inovações verdes.

Em 2024, o desmatamento em Terras Indígenas com povos isolados no Brasil ainda é alarmante, com mais de 2 mil hectares destruídos, apesar da queda geral de 18,2%. A TI Kayapó teve um aumento de 2.000% em queimadas.

Estudo revela quase três mil incêndios em lixões no Brasil, liberando seis milhões de toneladas de gases de efeito estufa anualmente. A situação, alarmante, afeta a saúde pública e o meio ambiente, exigindo ações urgentes.