Brasil propõe o "Roadmap de Baku a Belém" para garantir US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até 2035, destacando a COP30 e a necessidade de inclusão do setor privado na transição climática.
A diplomacia climática enfrenta um desafio crucial: o financiamento para países em desenvolvimento. O Brasil apresentou o "Roadmap de Baku a Belém" na conferência de Bonn, na Alemanha, com o objetivo de garantir que, até 2035, o fluxo anual de financiamento climático alcance pelo menos US$ 1,3 trilhão. Este projeto busca unir recursos públicos e privados, destacando a importância da COP30, que ocorrerá em Belém, capital da Amazônia brasileira.
O evento posiciona o Brasil como uma voz do Sul Global, defendendo o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas (RCMD), estabelecido pela Convenção do Clima em 1992. Este princípio reconhece que todos têm deveres, mas aqueles que mais poluíram devem arcar com a maior parte dos custos. A justiça histórica é evidente, pois os desastres climáticos afetam mais intensamente aqueles que menos contribuíram para o aquecimento global.
O embaixador André Corrêa do Lago, na reta final de junho, sugeriu que a COP30 inclua metas de empresas, cidades e estados em um "NDC Global", permitindo a participação de atores subnacionais e do setor privado. A lógica é clara: sem investimento privado, o financiamento climático não será suficiente. Em 2024, o mercado de títulos temáticos emitiu US$ 1,05 trilhão, evidenciando o apetite por investimentos sustentáveis.
O Roadmap propõe uma biblioteca digital com boas práticas e modelos de financiamento misto, visando transformar cada dólar investido em emissões evitadas ou aumento da resiliência. O setor privado pode contribuir de três maneiras: co-financiando com estruturas de risco compartilhado, inovando em produtos financeiros e desenvolvendo tecnologias que reduzam os custos da transição.
Para que o Roadmap se concretize, é essencial acelerar a conexão entre intenção, realização e impacto. A meta de US$ 1,3 trilhão deve se transformar em ações concretas, com consultas técnicas e engajamento político. O impacto será visível quando comunidades ribeirinhas tiverem acesso a energia renovável e pequenos agricultores puderem contar com seguros climáticos acessíveis.
O tempo é um fator crítico, pois cada dólar adiado hoje pode resultar em perdas econômicas e colapso de ecossistemas no futuro. Se Belém conseguir transformar o Roadmap em uma ponte entre recursos e resultados, o Brasil não apenas liderará uma conferência, mas também marcará o início de uma nova era em que o Sul Global se torna coautor de seu futuro climático. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a justiça climática e ajudem os mais vulneráveis a se adaptarem às mudanças climáticas.
Cientistas da Universidade de Brasília (UnB), sob a liderança de Renato Borges, desenvolvem o Projeto Perception, que visa escanear a Amazônia e o Cerrado para monitoramento climático. A iniciativa, com lançamento previsto para 2024, promete fornecer dados em tempo real sobre variações climáticas e degradação do solo, contribuindo para políticas de preservação e manejo sustentável. O projeto, que se baseia em experiências da missão AlfaCrux, conta com parcerias e financiamento de R$ 1,5 milhão da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF).
Governo Federal implementa medidas inovadoras para enfrentar enchentes no Rio Grande do Sul, incluindo o Rito Sumário para Recursos e o Sistema Defesa Civil Alerta, visando reconstrução e prevenção de desastres.
Um artigo recente propõe políticas globais para aumentar o uso de materiais biológicos, como madeira, na construção civil, visando reduzir a dependência de combustíveis fósseis e melhorar a sustentabilidade do setor. Os pesquisadores destacam que, apesar de avanços pontuais, a aceitação da madeira como material principal ainda é baixa, e é necessário um plano global para promover sua utilização responsável.
A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que aumenta as penas para incêndios florestais, com punições de três a seis anos e restrições a recursos públicos por cinco anos. A proposta, de autoria do deputado Gervásio Maia, visa combater o aumento alarmante de incêndios, que em 2024 atingiu o maior número desde 2010, principalmente por ações humanas. O texto, que segue para o Senado, prevê penas mais severas em casos de morte e impactos ambientais significativos, além de agravar punições para quem financiar tais crimes.
O colapso de uma geleira nos Alpes Suíços soterrou o vilarejo de Blatten, destacando os riscos do derretimento glacial. Comunidades enfrentam inundações e escassez de água, com impactos diretos na agricultura e na cultura.
Leilão de blocos na foz do Amazonas, marcado para 17 de junho, enfrenta resistência do MPF e petroleiros, que questionam a falta de licenças e consulta às comunidades tradicionais. A pressão aumenta.