Educação

Brasil enfrenta desafio do analfabetismo funcional com 30% da população sem habilidades básicas de leitura e matemática

Cerca de 30% da população brasileira entre 15 e 64 anos enfrenta dificuldades em leitura e matemática, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é vista como uma solução, mas enfrenta desafios estruturais, como a falta de oferta em municípios e a necessidade de um currículo mais flexível.

Atualizado em
July 25, 2025
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Na segunda metade do século XXI, Brasil ainda luta contra o analfabetismo — Foto: Mônica Imbuzeiro - Agência O Globo

O Brasil enfrenta um desafio educacional significativo, com cerca de 30% da população entre 15 e 64 anos apresentando dificuldades em leitura e matemática, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). Este percentual se mantém inalterado desde 2018, e a taxa de analfabetismo é mais elevada entre pessoas com 40 anos ou mais. Essa situação impacta diretamente a produtividade e a cidadania, evidenciando a necessidade urgente de ações efetivas para reverter esse quadro.

Roberto Catelli Jr., coordenador da área de educação da ONG Ação Educativa, destaca que cada um desses indivíduos teve seu direito à educação negado em algum momento de suas vidas. Ele enfatiza que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma estratégia crucial para combater o analfabetismo funcional, especialmente para aqueles que abandonaram a escola na infância ou adolescência. A EJA, que atende pessoas a partir de 15 anos, precisa ser fortalecida e reconhecida como uma oferta obrigatória nas redes de ensino.

A secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC), Zara Figueiredo, aponta que a EJA não está no centro das políticas educacionais. Dados do último Censo revelam que 1.092 municípios, ou 20% do total, não oferecem vagas nessa modalidade. Essa ausência de oferta é preocupante, pois reflete a falta de formação e políticas de incentivo para professores, além de um currículo defasado que não atende às necessidades dos alunos.

Zara Figueiredo também menciona a “juvenilização da EJA”, onde estudantes com problemas de disciplina são encaminhados para essa modalidade, o que pode desvirtuar seu propósito. O público da EJA é predominantemente composto por indivíduos de baixa renda, muitos dos quais desconhecem que têm direito a essa educação. A falta de busca ativa por parte das redes de ensino contribui para a perpetuação desse ciclo de exclusão.

Iniciativas como o Pacto de Superação do Analfabetismo, lançado pelo MEC, visam reverter essa situação. A formação de professores e a construção de uma rede de governança com profissionais atuando nos territórios são passos importantes para melhorar a EJA. A secretária defende um currículo mais flexível que reconheça os saberes informais dos alunos, o que pode aumentar a autoestima e a permanência deles na escola.

Projetos educacionais que atuam em comunidades, como os da Redes da Maré, têm mostrado resultados positivos ao ampliar o tempo de escolarização e oferecer suporte a jovens em situação de vulnerabilidade. Essas iniciativas demonstram que, com união e apoio, é possível transformar a realidade educacional no Brasil. A mobilização da sociedade civil pode ser fundamental para garantir que todos tenham acesso à educação de qualidade e, assim, mudar o futuro de muitos.

Globo.com
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