Impacto Social

Brasil reflete sua realidade em debate sobre racismo e desigualdade na Flip 2023

Na mesa "O Brasil no espelho" da 23ª Festa Literária Internacional de Paraty, Tiago Rogero e Ynaê Lopes dos Santos abordaram racismo e mestiçagem, defendendo reparações e cotas sociais. O público aplaudiu a discussão sobre a imagem negativa do Brasil e a urgência de mudanças sociais.

Atualizado em
August 1, 2025
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O jornalista Tiago Rogero e a historiadora Ynaê Lopes dos Santos — Foto: Márcia Foletto

A mesa "O Brasil no espelho" foi um dos destaques da 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), realizada no dia 1º de agosto. O evento contou com a presença do jornalista Tiago Rogero e da historiadora Ynaê Lopes dos Santos, mediada pela escritora Juliana Borges. Os participantes discutiram a imagem negativa do Brasil relacionada ao racismo e à mestiçagem, ressaltando a urgência de reparações financeiras e a importância das cotas sociais.

Tiago Rogero, correspondente do jornal britânico The Guardian na América do Sul, trouxe à tona a questão da percepção do povo brasileiro. Ele afirmou que, ao se olhar no espelho, o Brasil não verá uma imagem agradável. Rogero citou uma reportagem recente sobre refugiados cubanos em Curitiba, onde muitos relataram que os brasileiros são fechados, especialmente com imigrantes afrodescendentes.

Ynaê Lopes dos Santos, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), destacou que o racismo é uma lógica de organização social que moldou a modernidade. Em seu livro, ela analisa como Rio de Janeiro e Havana se tornaram centros da escravidão no século XIX, argumentando que a Revolução Industrial na Europa foi sustentada pela escravidão nas Américas.

Durante a discussão, Ynaê defendeu as cotas sociais, afirmando que elas são essenciais para transformar a vida da população negra no Brasil. Ela enfatizou que a luta por igualdade não deve ser vista como uma divisão, mas como uma busca por justiça social. Rogero complementou que as cotas beneficiam não apenas negros, mas também pessoas de baixa renda, indígenas e com deficiência.

Os palestrantes também abordaram a necessidade de reparações financeiras pelas violências históricas contra a população negra. Juliana Borges, ao mencionar o poeta Paulo Leminski, provocou um debate sobre a mestiçagem, questionando a ideia de que ela representa harmonia. Ynaê argumentou que a mestiçagem é frequentemente associada a mitos que encobrem a violência histórica que a gerou.

A mesa foi encerrada com aplausos de pé do público, refletindo a relevância das discussões apresentadas. A necessidade de ações concretas para reparar injustiças sociais e promover igualdade é urgente. Nessa situação, nossa união pode ajudar os menos favorecidos a conquistar um futuro mais justo e igualitário.

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