O Brasil, líder em energias renováveis, avança na descarbonização com o hub de hidrogênio verde no Ceará e um edital de R$ 500 milhões do BNDES para inovações em biometano.
O Brasil se destaca como líder em energia limpa, com noventa por cento da matriz elétrica e cinquenta por cento da matriz energética provenientes de fontes renováveis, superando a média global. No entanto, a transição energética enfrenta desafios, como a redução da dependência de combustíveis fósseis e a necessidade de escalar novas tecnologias de descarbonização. A diretora da Coppe/UFRJ, Suzana Kahn, enfatiza a importância de diversificar as fontes de energia e aumentar a eficiência nos processos produtivos.
A mudança nos padrões de consumo é essencial para evitar a continuidade da dependência de petróleo e gás. A descarbonização de setores como aviação e transporte marítimo é complexa, pois esses modais requerem uma quantidade significativa de energia, atualmente fornecida apenas por combustíveis fósseis. Para enfrentar essa situação, estão sendo desenvolvidas soluções como o combustível sustentável de aviação (SAF), o hidrogênio verde (H2V) e o biometano (CH4).
O Brasil possui condições favoráveis para a produção de hidrogênio verde, que pode ser gerado a partir de eletricidade renovável. O Ceará está investindo na criação de um hub de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário de Pecém (CIPP), visando a produção e exportação desse combustível. Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou um edital de R$ 500 milhões para apoiar inovações em energias renováveis, com foco no biometano.
Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, destaca o biometano como uma solução promissora para descarbonizar processos industriais e transporte pesado. O biometano, obtido pela purificação do biogás, pode ser produzido a partir de resíduos da agricultura e da pecuária. O BNDES já financiou cinco projetos de biometano, totalizando R$ 535 milhões, e acredita que o Brasil pode se tornar um dos cinco maiores produtores mundiais dessa fonte renovável.
O edital do BNDES, em parceria com a Petrobras e a Finep, visa estruturar um fundo de investimento para micro, pequenas e médias empresas que desenvolvem soluções inovadoras em energias renováveis. As operações devem começar no primeiro semestre de 2026, com a expectativa de que o processo de seleção seja concluído em outubro. Essa iniciativa representa um passo importante para impulsionar a inovação no setor energético brasileiro.
Com a crescente demanda por soluções sustentáveis, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar projetos que promovam a descarbonização e o uso de energias renováveis. Iniciativas que visam a produção de biometano e hidrogênio verde podem ser estimuladas por meio de ações coletivas, contribuindo para um futuro mais sustentável e menos dependente de combustíveis fósseis.
A COP30, que ocorrerá em Belém, é vista como uma oportunidade crucial para o Brasil liderar a ação climática global, destacando a Amazônia e a justiça ambiental. O Summit ESG da EXAME enfatizou a necessidade de financiamento e a inclusão de comunidades locais nas discussões.
O BNDES destina R$ 1 bilhão para a Atlas Renewable Energy construir 11 usinas solares em Minas Gerais, gerando 2.100 empregos e iniciando operações em 2026. O projeto reforça a agenda verde do banco.
O Brasil avança nas negociações do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que pode captar até R$ 5 bilhões anuais, com assinatura prevista na COP30 em Belém. O fundo visa transformar o financiamento para a conservação florestal, envolvendo países investidores e comunidades tradicionais.
Cerca de 80 bilhões de latas de alumínio são descartadas anualmente, mas todas podem ser recicladas. Novas ideias criativas para reutilizar anéis de latas incluem cabides, vasos e brincos, promovendo a sustentabilidade.
Carta do Acampamento Terra Livre cobra ações da COP30 e critica violência policial contra indígenas. O evento reuniu cerca de 8 mil participantes e anunciou a Comissão Internacional dos Povos Indígenas.
Estudo revela a presença do mexilhão-verde (Perna viridis) em 41 locais da costa brasileira, incluindo áreas de conservação, exigindo ações urgentes de manejo e monitoramento. Pesquisadores alertam para os riscos à biodiversidade.