Impacto Social

Brasil se prepara para a COP30 com foco em fundo de florestas tropicais e integração de mercados de carbono

A COP30 em Belém busca legados significativos com propostas como o Fundo Florestas Tropicais e a integração de mercados de carbono, apesar das tensões geopolíticas e resistência de alguns países.

Atualizado em
August 12, 2025
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Rafael Dubeux, secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda e responsável pelo Plano de Transição Ecológica do governo federal - Karime Xavier - 3.abr.24/Folhapress

A três meses da COP30, a conferência de clima da ONU, em Belém, o Brasil enfrenta incertezas sobre os legados que poderá deixar sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. As tensões geopolíticas, especialmente a oposição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às ações climáticas, complicam os esforços do país. Representantes do governo brasileiro, como Rafael Dubeux, secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, preveem dificuldades em alcançar acordos, especialmente sobre a redução da queima de combustíveis fósseis.

Em resposta a esse cenário, o governo brasileiro está desenvolvendo pautas que não exigem consenso global, permitindo que grupos favoráveis avancem em paralelo. Dubeux destacou duas propostas que podem se tornar legados significativos: o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF) e a integração dos mercados de carbono. Essas iniciativas visam contornar bloqueios nas negociações e promover soluções práticas para a preservação ambiental.

O TFFF se diferencia por ser um fundo baseado em investimentos, ao contrário de modelos tradicionais que dependem de doações. Os países que contribuírem para o fundo receberão retornos financeiros, com a diferença de taxa de juros sendo destinada aos países que preservam florestas. A expectativa é captar inicialmente US$ 25 bilhões, com a possibilidade de alcançar um total de US$ 125 bilhões, tornando-o um dos maiores fundos do sistema multilateral.

As conversas sobre os países que farão os aportes iniciais estão em andamento, e a COP30 é vista como uma oportunidade para engajar novos participantes. Embora a conferência ocorra na floresta, Dubeux enfatiza que o foco será a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com a floresta desempenhando um papel importante, mas não central.

A integração dos mercados de carbono é outra prioridade do governo. A proposta é criar um orçamento de emissões entre países dispostos a cooperar, considerando a renda per capita para definir cotas de emissão. Essa abordagem visa facilitar a adesão de nações, mesmo na ausência de um consenso entre os quase duzentos países da COP, e busca envolver potências como China e Europa, que são essenciais para o sucesso do projeto.

O Brasil, com uma matriz elétrica predominantemente renovável e um uso significativo de biocombustíveis, defende sua legitimidade em liderar a redução de emissões enquanto expande suas fronteiras petrolíferas. As propostas, embora ainda em desenvolvimento, têm potencial para serem implementadas rapidamente após a COP30. A união da sociedade civil pode ser crucial para apoiar iniciativas que visem a preservação ambiental e a mitigação das mudanças climáticas.

Folha de São Paulo
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