A comissão de Educação da Câmara aprovou um projeto que proíbe a organização em ciclos nas escolas, gerando polêmica sobre a qualidade do ensino, apesar de evidências que mostram sua eficácia.
Na semana passada, a comissão de Educação da Câmara aprovou um projeto de lei que visa proibir a organização em ciclos nas escolas brasileiras. O texto ainda precisa passar pelo plenário e por outras etapas antes de sua aprovação. O tema gera debates frequentes, com políticos atribuindo à "aprovação automática" a responsabilidade pela queda na qualidade do ensino. Contudo, as evidências disponíveis contradizem essa afirmação.
A organização em ciclos foi uma inovação introduzida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em mil novecentos e noventa e seis. Um dos principais objetivos dessa abordagem era combater a repetência escolar, um problema crônico no Brasil, proporcionando mais tempo para que os alunos recuperem a aprendizagem antes de serem retidos em uma série. Embora haja críticas sobre a implementação em algumas redes, o modelo é defendido por educadores e é utilizado em países desenvolvidos.
Dados de mil novecentos e noventa e cinco, antes da LDB, indicavam que apenas trinta e nove por cento dos alunos do quinto ano do ensino fundamental apresentavam aprendizagem adequada em língua portuguesa, e dezenove por cento em matemática. Em dois mil e vinte e três, esses números subiram para cinquenta e cinco por cento e quarenta e quatro por cento, respectivamente. Embora ainda sejam índices preocupantes, a comparação histórica mostra uma evolução na aprendizagem.
Outra afirmação comum, sustentada por algumas lideranças políticas, é que a aprovação automática teria aumentado o número de analfabetos funcionais. No entanto, dados do Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf) mostram que, entre os brasileiros que completaram o ensino fundamental ou iniciaram o ensino médio, o percentual de analfabetos funcionais na faixa etária de vinte e cinco a trinta e quatro anos é de quinze por cento, inferior aos vinte e cinco por cento registrados entre aqueles de cinquenta a sessenta e quatro anos.
Estudos acadêmicos sobre o impacto da organização em ciclos na aprendizagem revelam que não há efeitos significativos, positivos ou negativos, mas indicam uma redução nas taxas de evasão escolar. A literatura também aponta que a repetência é uma estratégia ineficaz, frequentemente resultando em evasão. Historicamente, o Brasil utilizou essa abordagem em níveis alarmantes, sem que isso melhorasse a qualidade do ensino.
O debate sobre a proibição da organização em ciclos não contribui para os esforços necessários para melhorar a educação no país. É fundamental que a sociedade civil se mobilize para apoiar iniciativas que visem à melhoria da qualidade do ensino, promovendo projetos que ajudem a transformar a realidade educacional e a garantir um futuro melhor para as próximas gerações.
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A Escola de Educação Infantil Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade, lançou o Projeto Leitura, promovendo a leitura conjunta entre crianças e famílias, em resposta à queda no interesse por livros no Brasil. A iniciativa, que inclui diários de bordo e celebrações, visa estimular a criatividade e o amor pela leitura.
Tijuca Off Shopping e Beleza Natural devem garantir acessibilidade em 90 dias. Tribunal condena ambos e o município a indenizar consumidora em R$ 10 mil.
A Escola Técnica Agropecuária Engenheiro Salvador Arena (ETASA) abre inscrições para o curso técnico gratuito em agropecuária, com 40 vagas disponíveis até 20 de junho. A iniciativa visa apoiar estudantes em vulnerabilidade social com bolsas de permanência, transporte e alimentação.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou o curso gratuito Bolsa Futuro Digital, com o objetivo de formar 10 mil programadores em dois anos, priorizando estudantes da rede pública. As inscrições vão até 30 de maio.
Pesquisas recentes indicam que um ensino mais abrangente da genética pode combater crenças em determinismo genético, racismo e eugenia. A abordagem tradicional, focada em genes isolados, é insuficiente.