Meio Ambiente

Cidades brasileiras enfrentam aumento alarmante de desastres climáticos relacionados a chuvas extremas

Entre 2020 e 2023, 83% das cidades brasileiras enfrentaram desastres relacionados a chuvas extremas, afetando 3,2 milhões de pessoas anualmente, um aumento alarmante em relação à década de 1990. Especialistas apontam o aquecimento global como causa.

Atualizado em
July 2, 2025
Clock Icon
3
min
24.fev.2022 - Vista dos estragos causados pelo deslizamento de terra no Morro da Oficina, área mais atingida pelas chuvas em Petrópolis; 233 pessoas morreram Imagem: Érica Martin/TheNews2/Folhapress - 24.fev.2022

Entre o início de 2020 e o final de 2023, oitenta e três por cento das cidades brasileiras enfrentaram desastres relacionados a chuvas extremas, afetando anualmente cerca de três milhões e duzentas mil pessoas. Esse número representa um aumento alarmante em comparação com a década de 1990, quando apenas uma fração da população era impactada. Especialistas atribuem essa escalada à intensificação das mudanças climáticas, conforme revela um estudo da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica.

O relatório indica que o número de eventos como inundações, marés altas e deslizamentos de terra aumentou de dois mil trezentos e trinta e cinco para sete mil quinhentos e trinta e nove entre os dois períodos analisados. Esses dados não incluem os eventos extremos de 2024, que trouxeram inundações sem precedentes na região Sul e uma seca histórica, ambos exacerbados pelas mudanças climáticas.

As consequências desses desastres têm sido devastadoras, com um impacto humano que cresceu setenta e quatro vezes em relação aos anos 90. Ronaldo Christofoletti, do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo, destaca que essa situação evidencia não apenas a frequência crescente, mas também a gravidade dos desastres climáticos. Ele ressalta a necessidade urgente de implementar medidas de prevenção e adaptação para proteger as comunidades vulneráveis.

Os prejuízos financeiros causados por essas enchentes são significativos, especialmente para a agricultura, que representa quarenta e sete por cento das perdas. Em 2024, a combinação de enchentes e seca afetou a produção agrícola, resultando em aumento nos preços dos alimentos e exigindo ações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para controlar a inflação.

O Brasil se prepara para sediar a COP30, a maior conferência sobre mudanças climáticas, em novembro, em Belém. Este evento representa uma oportunidade crucial para discutir e implementar soluções que possam mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger as comunidades afetadas por desastres naturais.

Nesta situação, a união da sociedade civil pode ser fundamental para ajudar aqueles que mais precisam. Projetos que visem a recuperação e a prevenção de desastres devem ser estimulados, garantindo que as comunidades vulneráveis recebam o apoio necessário para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Leia mais

Pesquisadores da USP utilizam microclima para avaliar sucesso em restauração de florestas ribeirinhas
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Pesquisadores da USP utilizam microclima para avaliar sucesso em restauração de florestas ribeirinhas
News Card

Pesquisadores da Esalq/USP utilizam medições de microclima por drones para avaliar o sucesso da restauração de florestas ribeirinhas, destacando a importância da umidade e altura das árvores. O estudo, publicado na revista Science of The Total Environment, revela que florestas maduras apresentam maior umidade e menor demanda hídrica, possibilitando o mapeamento de áreas para restauração e a formulação de políticas públicas para serviços ecossistêmicos.

Brasil se prepara para a COP30 e busca liderar a transição energética com foco na redução de metano
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Brasil se prepara para a COP30 e busca liderar a transição energética com foco na redução de metano
News Card

O Brasil se prepara para liderar a COP30, com foco na redução da dependência do petróleo e na mitigação das emissões de metano, conforme destacado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A urgência da transição energética é evidente, e o país pode estabelecer uma regulação robusta para o setor de óleo e gás, aproveitando sua posição de destaque. Essa ação não apenas beneficiaria o meio ambiente, mas também traria ganhos econômicos e geopolíticos, alinhando o Brasil com as expectativas globais.

Frio intenso e possibilidade de neve marcam a última semana de julho em diversas regiões do Brasil
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Frio intenso e possibilidade de neve marcam a última semana de julho em diversas regiões do Brasil
News Card

Frio intenso e possibilidade de neve marcam a semana no Brasil, com mínimas abaixo de 5 °C em capitais do Sul e Sudeste. Ciclone extratropical provoca geadas e ressaca no litoral.

Johan Rockström alerta sobre os limites planetários e a urgência de uma transição sustentável para salvar o planeta
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Johan Rockström alerta sobre os limites planetários e a urgência de uma transição sustentável para salvar o planeta
News Card

Johan Rockström alerta que seis dos nove limites planetários foram ultrapassados, com um sétimo prestes a ser cruzado, exigindo ações urgentes para evitar colapsos ambientais. Ele destaca a necessidade de governança global e soluções sustentáveis para garantir um futuro viável.

Indígenas cobram ações na COP30 e denunciam violência policial durante o Acampamento Terra Livre em Brasília
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Indígenas cobram ações na COP30 e denunciam violência policial durante o Acampamento Terra Livre em Brasília
News Card

Carta do Acampamento Terra Livre cobra ações da COP30 e critica violência policial contra indígenas. O evento reuniu cerca de 8 mil participantes e anunciou a Comissão Internacional dos Povos Indígenas.

Desmatamento no Brasil cai 32,4% em 2024, mas pressões políticas ameaçam avanços na proteção ambiental
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Desmatamento no Brasil cai 32,4% em 2024, mas pressões políticas ameaçam avanços na proteção ambiental
News Card

O desmatamento no Brasil caiu 32,4% em 2024, com reduções em todos os biomas, exceto na Mata Atlântica. O Ibama embargou 70 mil hectares em operação contra a ilegalidade, enfrentando pressões políticas.