A terceira Conferência da ONU sobre os Oceanos (UNOC3) em Nice resultou em 19 novas ratificações do Tratado do Alto-Mar, totalizando 50 países, mas não avançou em mineração em águas profundas. Apesar do progresso na proteção dos oceanos, a falta de ações concretas em temas críticos gerou frustração entre ambientalistas. A expectativa é que a COP30, em novembro, aborde essas questões.

A terceira Conferência da ONU sobre os Oceanos (UNOC3) foi concluída na última sexta-feira, em Nice, França, com avanços significativos para a implementação do Tratado do Alto-Mar, embora tenha deixado a desejar em questões cruciais como mineração em águas profundas e combustíveis fósseis. O tratado, assinado em 2023, visa estabelecer uma estrutura legal para a criação de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) em águas internacionais, essencial para o objetivo global de proteger 30% dos oceanos até 2030.
Durante a conferência, dezenove novos países ratificaram o tratado, elevando o total para cinquenta, restando apenas dez para atingir a meta de sessenta necessárias para sua promulgação. Além disso, vinte países se tornaram signatários, totalizando cento e trinta e seis. O presidente da França, Emmanuel Macron, expressou otimismo sobre futuras ratificações, incluindo a do Brasil, conforme prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar do progresso na ratificação, a UNOC3 não conseguiu avançar em questões críticas, especialmente em relação à mineração em águas profundas. Líderes globais, incluindo Macron e o secretário-geral da ONU, António Guterres, criticaram a possibilidade de exploração do fundo do mar, ressaltando que as águas profundas "não estão à venda". No entanto, apenas cinco novos países aderiram à proposta de moratória, totalizando trinta e sete dos cento e sessenta e nove membros da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA).
A vice-presidente-adjunta da ONG Oceana, Vera Coelho, avaliou a conferência como positiva, mas destacou que muitos países ainda estão longe de cumprir a meta de proteção de seus mares. Ela alertou que algumas áreas "protegidas" ainda permitem atividades destrutivas, como a pesca de arrasto. Além disso, a falta de menção explícita aos combustíveis fósseis na declaração final gerou críticas, com ambientalistas pedindo ações concretas para a transição energética.
O oceanógrafo Henrique Kefalás ressaltou que os impasses da UNOC3 agora recaem sobre a Conferência das Partes da ONU sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em novembro em Belém, Pará. Ele enfatizou a necessidade de compromissos ambiciosos que integrem a proteção dos oceanos na agenda climática e de justiça social global. A saúde dos oceanos deve ser uma prioridade, e os avanços dependem de maior compromisso político e financiamento contínuo.
Entre os pontos positivos, a conferência resultou em uma declaração de apoio ao tratado global sobre plásticos, assinada por noventa e cinco países, visando reduzir a produção e descarte de plásticos. O Brasil, no entanto, não assinou o "Apelo de Nice". A professora Ana Flávia Barros-Platiau destacou que a França fez importantes compromissos, mas agora é fundamental que a sociedade civil se mobilize para garantir que essas promessas se concretizem em ações efetivas.

Registro inédito do uiraçu no Parque Nacional do Iguaçu confirma a presença da espécie, considerada ameaçada de extinção, após quase 60 anos sem avistamentos no Paraná. A filmagem sugere a existência de mais indivíduos na região.

Governador Ibaneis Rocha anunciou investimentos em energia limpa e plantio de seis milhões de árvores até 2026 no Distrito Federal.

Mutirão de limpeza na Praia de Copacabana, promovido pela campanha Duplo Impacto, alerta sobre poluição. Neste sábado (26), a partir das 7h30, nadadores e voluntários se reunirão na Praia de Copacabana para um mutirão de limpeza, organizado pela campanha Duplo Impacto, da ACT Promoção da Saúde e Vital Strategies. O evento visa conscientizar sobre os danos ambientais causados por indústrias de cigarros, bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados. As atividades incluem a coleta de resíduos no mar e na faixa de areia, além de uma exposição de fotos e um café da manhã coletivo na tenda da Equipe 15, até às 10h30. A ação conta com o apoio da Secretaria Municipal da Saúde e do grupo Rap da Saúde.
Uma tartaruga-de-couro foi vista desovando na Praia de Jacaraípe, na Serra, em um período atípico. O Ipram coletou material genético e isolou a área para proteger o animal. A fêmea, que mede cerca de 1,5 metro, é a terceira a ser registrada na praia, mas a primeira a desovar. O biólogo Alexsandro Santos destaca que a desova fora da época habitual não indica problemas de saúde.

O Brasil perdeu 111,7 milhões de hectares de áreas naturais entre 1985 e 2024, reduzindo a vegetação nativa de 80% para 65%, com a agropecuária como principal responsável. O MapBiomas alerta para a urgência de políticas que equilibrem produção agrícola e preservação ambiental.

Uma forte ressaca no litoral do Rio de Janeiro, com ondas de até 3,5 metros, mobilizou 120 garis e resultou em um recorde de 52 viagens de caminhões para retirada de areia, respeitando diretrizes ambientais. A operação da Comlurb, iniciada após a invasão da pista da Avenida Delfim Moreira, garantiu a devolução do material à praia, preservando o ecossistema local. Este evento foi considerado a maior ressaca na região nos últimos cinco anos.