O Brasil se comprometeu a servir 30% de alimentos da agricultura familiar na COP 30, injetando R$ 3,3 milhões na economia local e promovendo práticas sustentáveis. Essa iniciativa destaca a importância da agroecologia e pode expandir a rede de comercialização para pequenos produtores.
A COP 30, conferência sobre mudanças climáticas, marcará um novo capítulo ao incluir a alimentação sustentável em sua agenda. Durante a reunião preparatória em Belém, o Brasil anunciou que pelo menos 30% dos alimentos servidos no evento serão provenientes da agricultura familiar, agroecologia e comunidades tradicionais. Essa iniciativa, idealizada pelos institutos Regenera e Comida do Amanhã, pode gerar um impacto econômico significativo, injetando cerca de R$ 3,3 milhões na produção familiar do Pará.
Segundo Maurício Alcântara, cofundador do Instituto Regenera, essa injeção de recursos representa mais do que um número. Ela fortalece cooperativas e pequenos produtores que adotam práticas sustentáveis, respeitando a floresta e os saberes ancestrais. A proposta visa não apenas gerar renda, mas também dignidade no campo, promovendo alimentos livres de agrotóxicos e que preservam a biodiversidade.
Fabrício Muriana, também cofundador do instituto, destacou que há capacidade de produção suficiente para atender até 50% da demanda do evento, o que poderia elevar o volume de recursos movimentados para R$ 5,5 milhões. Em Belém, 45% da merenda escolar já é suprida pela agricultura familiar, e a logística para atender a COP está pronta, facilitando o transporte dos produtos.
O compromisso do governo brasileiro com a produção local pode resultar em um aumento no crédito para esses agricultores. A meta é que o impacto da COP se estenda além das duas semanas do evento, criando uma rede de comercialização que conecte os produtores a novos mercados. O levantamento realizado pelo Regenera será uma ferramenta importante para facilitar essa conexão.
Além disso, dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (Seeg) indicam que 74% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil estão ligadas à produção alimentar. A inclusão de produtores agroecológicos na COP 30 é um passo crucial para demonstrar que um modelo de produção sustentável é possível e necessário.
Essa primeira COP com um compromisso explícito com a produção local será acompanhada de perto pelos institutos envolvidos, que registrarão as práticas em um playbook para futuras conferências. A união em torno de iniciativas como essa pode fortalecer a agricultura familiar e promover um futuro mais sustentável para todos.
O projeto "Ressignifica" da Universidade Federal Fluminense (UFF) já removeu mais de quatro toneladas de lixo do Rio João Mendes, transformando resíduos em biocarvão e adubo. A iniciativa, coordenada pela professora Dirlane de Fátima do Carmo, visa promover educação ambiental e engajamento da comunidade local, oferecendo alternativas sustentáveis para o reaproveitamento de materiais.
Lideranças kayapós exigem alternativas de renda ao governo Lula durante operação de desintrusão na Terra Indígena Kayapó, marcada pela presença de garimpos ilegais e cooptação de indígenas. A ação visa restaurar a integridade territorial e promover desenvolvimento sustentável.
A cacica Juma Xipaia estreou como protagonista e produtora do documentário "Yanuni" no Festival de Tribeca, destacando sua luta pelos direitos indígenas e a proteção ambiental. O filme, coproduzido por Leonardo DiCaprio, aborda sua trajetória e desafios, além de criticar o marco temporal. Juma enfatiza a importância de fortalecer a medicina tradicional e a gestão ambiental em seu território, enquanto denuncia a pressão por mineração e outras ameaças.
Iniciativas de maricultura na Ilha Grande revitalizam a produção de vieiras e ostras, com jovens locais aprendendo técnicas de cultivo e promovendo turismo comunitário. A esperança de recuperação econômica cresce.
Mauro Lúcio, presidente da Acripará, destacou que a especulação imobiliária rural é a principal responsável pelo desmatamento na Amazônia, não a agropecuária. Ele defendeu a produção sustentável e criticou a falta de fiscalização na regularização fundiária.
O Banco Mundial firmou uma parceria histórica com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), destinando US$ 2 milhões para bioeconomia e segurança hídrica no Brasil. A doação visa fortalecer projetos estratégicos e promover desenvolvimento sustentável, com foco na redução das desigualdades regionais. Além disso, o Banco Mundial disponibilizará um crédito de US$ 500 milhões para apoiar iniciativas que conectem grandes empresas à agricultura familiar, especialmente no Nordeste, que enfrenta desafios hídricos.