A cacica Juma Xipaia estreou como protagonista e produtora do documentário "Yanuni" no Festival de Tribeca, destacando sua luta pelos direitos indígenas e a proteção ambiental. O filme, coproduzido por Leonardo DiCaprio, aborda sua trajetória e desafios, além de criticar o marco temporal. Juma enfatiza a importância de fortalecer a medicina tradicional e a gestão ambiental em seu território, enquanto denuncia a pressão por mineração e outras ameaças.

Recentemente, a cacica Juma Xipaia, primeira mulher a liderar o povo xipaia, fez sua estreia como protagonista e produtora do documentário "Yanuni" no Festival de Tribeca, em Nova York. O filme, ainda sem data de lançamento no Brasil, retrata sua luta pelos direitos dos povos indígenas e pela proteção ambiental, especialmente contra os impactos da hidrelétrica de Belo Monte e o avanço do garimpo em suas terras. Juma tem enfrentado diversas ameaças à sua vida ao longo de sua trajetória.
Dirigido pelo cineasta austríaco Richard Ladkani e coproduzido por Leonardo DiCaprio, "Yanuni" acompanha a jornada de Juma desde sua militância em Altamira, no Pará, até seu trabalho no Ministério dos Povos Indígenas (MPI) em Brasília. Em entrevista, Juma destacou a importância do filme como um "megafone" para amplificar a voz dos povos indígenas, enfatizando que não se trata apenas de sua história, mas de uma ferramenta para fortalecer o movimento.
Durante a exibição do filme, Juma expressou sua preocupação com a falta de representatividade dos povos da Amazônia na Conferência do Clima COP30, que ocorrerá em novembro em Belém. Ela também tem se dedicado ao fortalecimento do Instituto Juma, que promove a gestão ambiental e a valorização da medicina tradicional em seu território. Inspirada por sua mãe, que foi a primeira técnica de enfermagem do Médio Xingu, Juma planeja criar uma escola de saberes tradicionais.
O encontro de Juma com Richard Ladkani, mediado pela jornalista Eliane Brum, foi crucial para a realização do documentário. Juma enfatizou a necessidade de incluir outras vozes indígenas no filme, além da sua, para refletir a diversidade e as experiências coletivas do povo xipaia. Ela também compartilhou suas expectativas de que o filme conecte as pessoas à luta por justiça climática e social, destacando a importância da corresponsabilidade da sociedade nessa causa.
Atualmente, o povo xipaia enfrenta pressões significativas, como a mineração e a violência externa, que afetam diretamente seu território. Juma relatou que, após um incidente em abril de 2022, quando sua família encontrou uma draga em suas terras, a comunidade vive em estado de alerta e tem se mobilizado para fortalecer sua gestão territorial. Ela ressaltou que todas as decisões são tomadas com a participação das comunidades e lideranças locais.
Juma também comentou sobre sua experiência no MPI, onde percebeu a resistência necessária para avançar nas políticas públicas em favor dos direitos indígenas. Apesar das conquistas, como melhorias na saúde e educação, ela alertou para os desafios persistentes, incluindo a pressão de interesses anti-indígenas. O debate sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas, que não deveria ser pauta, continua a gerar preocupações sobre a segurança e os direitos dos povos originários. O fortalecimento de iniciativas que valorizem a cultura e a medicina tradicional é fundamental para garantir a preservação dos saberes ancestrais e a proteção do território.

Líder indígena Adriano Karipuna protestou no TEDxAmazônia contra o genocídio de povos tradicionais, clamando por respeito à diversidade cultural e pela demarcação de terras indígenas. Ele destacou a crescente violência e pediu ações efetivas para proteger os povos originários.

Foi criada a Área de Proteção Ambiental (APA) da Foz do Rio Doce, com 45.417 hectares, como parte do acordo judicial pós-rompimento da barragem de Fundão, beneficiando comunidades tradicionais e a biodiversidade local.

Pesquisadores identificam a solastalgia, angústia provocada por mudanças ambientais, como mediadora significativa entre crises ecológicas e problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. O estudo, liderado por Alicia Vela Sandquist, revela correlações alarmantes em diversas regiões, destacando a urgência de abordar esses impactos.

O governo Lula iniciará em 2 de fevereiro uma operação de 90 dias para expulsar garimpeiros da Terra Indígena Kayapó, em resposta a uma decisão do STF. A ação, que envolve 20 órgãos, visa combater a mineração ilegal e suas consequências ambientais e de saúde.

O governo brasileiro, sob Luiz Inácio Lula da Silva, cria o Comitê Nacional de Enfrentamento ao Racismo Ambiental e Climático, visando proteger populações vulneráveis afetadas por desastres naturais. O comitê, com membros do governo e da sociedade civil, buscará articular políticas públicas e ações educativas, focando em grupos como negros, indígenas e quilombolas. A iniciativa visa consolidar esforços em justiça ambiental e enfrentar desigualdades sociais, promovendo a inclusão e a resiliência climática.

A degradação ambiental e a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte impactam crianças indígenas e quilombolas na Amazônia, afastando-as da natureza e prejudicando seu desenvolvimento. O Projeto Aldeias, em Altamira, busca resgatar esses laços comunitários e a conexão com o meio ambiente.