Meio Ambiente

COP30 em Belém: um mutirão pela adaptação, ambição e coragem política contra a crise climática

A COP30, em novembro de 2025, em Belém, será um marco na luta contra a crise climática, exigindo ação coordenada em quatro pilares: adaptação, ambição, saída dos combustíveis fósseis e coragem política. O evento destaca a urgência de enfrentar o colapso climático e a necessidade de um esforço coletivo para garantir um futuro sustentável.

Atualizado em
June 5, 2025
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Quando os países se reunirem em Belém, para a COP30, clima político estará tão quente quanto o planeta; na foto, uma paineira-rosa, árvore rara, no Jardim Botânico de São Paulo - Eduardo Knapp - 27.mai.25/Folhapress

Em novembro de 2025, a cidade de Belém será palco da COP30, a primeira conferência climática em um território amazônico. Este evento ocorre em um contexto de crescente preocupação com as mudanças climáticas e suas consequências. A cidade, que enfrenta desafios estruturais, também é rica em cultura e biodiversidade. A importância de Belém vai além de ser um símbolo; é um chamado à ação para enfrentar a crise climática.

A COP30 deve ser um verdadeiro mutirão, não apenas em um sentido festivo, mas como uma ação coordenada para resolver um problema complexo: evitar o colapso do sistema climático. É essencial organizar e engajar todos os setores da sociedade nesse esforço coletivo. Para isso, quatro pilares precisam ser construídos.

O primeiro pilar é a adaptação. O planeta já está aquecido e continuará a esquentar nas próximas décadas. As políticas públicas devem focar na adaptação, especialmente no Sul Global, onde os mais pobres são os mais afetados. A catástrofe climática não é um evento isolado, mas uma nova condição permanente que exige atenção imediata.

O segundo pilar é a ambição. O Acordo de Paris estabelece um limite de 1,5°C de aquecimento, mas os compromissos atuais indicam um aumento de 2,6°C. Essa diferença não é trivial e pode levar a um desastre. As expectativas de que países como China e União Europeia apresentem novas metas são esperadas, mas ainda não são suficientes para mudar a trajetória do aquecimento global.

O terceiro pilar é a saída dos combustíveis fósseis. Os planos atuais de produção de carvão, petróleo e gás são incompatíveis com a meta de 1,5°C. Enquanto essa discussão não for central, o debate climático continuará sendo uma negação coletiva. É fundamental que os governos reconheçam a urgência de mudar essa realidade.

Por fim, o quarto pilar é a coragem política. As soluções já existem e não dependem de inovações tecnológicas milagrosas. A energia solar é a mais acessível da história, e mais de 80% das emissões globais estão cobertas por metas de neutralidade. O desafio é agir, enfrentando interesses estabelecidos e mantendo a esperança de que ainda é possível evitar um colapso. A união da sociedade civil pode ser decisiva para impulsionar iniciativas que promovam a transformação necessária.

Folha de São Paulo
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