Saúde e Ciência

Cresce a preocupação com a radicalização online entre jovens e a necessidade de diálogo familiar

A pesquisadora Michele Prado alerta sobre a radicalização online entre jovens, destacando a crueldade em transmissões ao vivo e a coação em plataformas digitais. Ela enfatiza a importância do diálogo aberto entre pais e filhos para identificar sinais de radicalização e prevenir ações violentas.

Atualizado em
April 10, 2025
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Michele Prado é escritora e pesquisadora especialista em radicalização, extremismo e terrorismo online. Foto: Arquivo Pessoal

A crescente preocupação com a radicalização online entre jovens, especialmente em plataformas como Discord e Telegram, tem gerado alertas de especialistas. A pesquisadora Michele Prado, que atua na prevenção do extremismo violento, destaca o aumento da crueldade nas transmissões ao vivo e a coação de jovens em ambientes virtuais. Ela enfatiza a importância do diálogo aberto entre pais e filhos para identificar sinais de alerta e evitar que adolescentes sejam cooptados por grupos extremistas.

Prado, que se infiltra em canais de comunicação para investigar a disseminação de ideologias extremistas, observa que muitos pais só percebem o problema quando a situação se torna crítica. “Os pais só descobrem quando a polícia bate na porta”, afirma. Para evitar que seus filhos acessem conteúdos violentos, ela recomenda que os pais estejam atentos a mudanças de comportamento, como isolamento social e expressões de desumanização em relação a outros grupos.

A pesquisadora também alerta que a faixa etária entre treze e quinze anos é particularmente vulnerável, pois é um período de descobertas e inseguranças. Mudanças na forma de vestir, como o uso de roupas largas, podem ser indícios de automutilação. “A mãe precisa estar mais presente, observar o corpo do filho”, sugere. Além disso, ela menciona que a exposição a conteúdos ultraviolentos e a idealização de violência são sinais claros de radicalização.

Prado destaca que plataformas como Discord e TikTok têm se tornado espaços de recrutamento para grupos extremistas. Ela relata que, em suas investigações, encontrou transmissões ao vivo de atos de violência e automutilação, além de discussões sobre planejamento de atentados. “Estão ensinando nossos filhos a odiar - e a se odiarem”, alerta, enfatizando a necessidade de intervenções antes que a situação se agrave.

As redes sociais, segundo a pesquisadora, têm um papel crucial na propagação de ideologias extremistas. O uso de aplicativos como SimpleX e Zangi, que oferecem alta privacidade, facilita a comunicação entre jovens envolvidos em atividades ilícitas. A falta de regulamentação e a dificuldade de monitoramento tornam esses ambientes ainda mais perigosos, exigindo uma resposta efetiva da sociedade e das autoridades.

Em meio a esse cenário alarmante, é fundamental que a sociedade civil se mobilize para apoiar iniciativas que promovam a saúde mental e o bem-estar dos jovens. Projetos que ofereçam suporte emocional e psicológico podem ser essenciais para prevenir a radicalização e ajudar aqueles que já estão em risco. A união em torno dessas causas pode fazer a diferença na vida de muitos jovens vulneráveis.

Estadão
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