Robert Muggah, cientista político, destacou no Rio de Janeiro que mudanças climáticas amplificam conflitos e fragilidades sociais, exigindo atenção em políticas globais. Ele enfatizou a necessidade de priorizar o financiamento climático em áreas vulneráveis, onde a interseção entre clima, crime organizado e segurança é crítica.

O cientista político canadense e cofundador do Instituto Igarapé, Robert Muggah, abordou a intersecção entre crime organizado, segurança internacional e mudanças climáticas em palestra no Rio de Janeiro. Ele destacou que as mudanças climáticas atuam como multiplicadores de ameaças, exacerbando conflitos e fragilidades sociais. Muggah enfatizou a necessidade de integrar clima e segurança nas políticas globais e nos financiamentos, uma questão que ainda é evitada em fóruns como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Durante a XXII Conferência de Segurança Internacional do Forte, Muggah afirmou que mais de três bilhões de pessoas vivem em países vulneráveis às mudanças climáticas, com cerca de dois bilhões enfrentando estresse hídrico extremo. Ele ressaltou que a combinação de riscos climáticos e conflitos resulta em um aumento significativo de deslocamentos forçados, com mais de 120 milhões de pessoas deslocadas globalmente, muitas delas em regiões afetadas por conflitos e fragilidade.
O especialista também apontou que áreas com alta incidência de violência e crime organizado enfrentam taxas elevadas de crimes ambientais, como desmatamento e mineração ilegal. Essa relação é particularmente aguda em regiões da África, América Central e partes da Ásia, onde a degradação ambiental se intensifica devido à instabilidade social. Muggah destacou que a conexão entre clima e segurança é frequentemente ignorada nas discussões diplomáticas, apesar de sua relevância crescente.
Embora fóruns internacionais, como as Conferências das Partes (COPs) e o G-20, estejam começando a reconhecer essa intersecção, o Conselho de Segurança da ONU ainda hesita em abordar o tema. Muggah observou que a resistência de alguns Estados-membros se deve ao medo de que isso possa comprometer a soberania nacional. Ele acredita que a falta de atenção a essa questão pode ter consequências graves para a estabilidade global.
O especialista também mencionou a necessidade de aumentar o financiamento climático, especialmente em países afetados por conflitos e fragilidade. Em 2023, apenas R$ 11 bilhões foram destinados a esses países, enquanto a maior parte do financiamento climático foi direcionada a nações desenvolvidas. Muggah argumentou que um investimento modesto em áreas críticas pode gerar um impacto significativo, ressaltando a importância de priorizar esses locais nas discussões sobre financiamento e políticas climáticas.
O desafio é garantir que os compromissos em relação ao clima e à segurança sejam mantidos ao longo do tempo. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem mitigar os efeitos das mudanças climáticas e promover a segurança nas regiões mais vulneráveis. Projetos que busquem ajudar essas comunidades podem fazer a diferença, contribuindo para um futuro mais seguro e sustentável.

O Prevfogo Amazonas capacita brigadistas federais com um Curso de Motosserrista, visando melhorar a segurança e eficiência no combate a incêndios florestais. O treinamento inclui uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e técnicas de prevenção.

O projeto do novo Centro de Treinamento do Santos, financiado pelo pai do jogador Neymar, ameaça 90 mil m² de vegetação nativa da Mata Atlântica e enfrenta forte oposição de moradores e ONGs. A construção, que não possui licenciamento ambiental, é vista como um retrocesso à preservação do bioma, já que a área é remanescente do Parque Estadual Xixová-Japuí. A resistência da comunidade e a falta de consulta pública levantam preocupações sobre os impactos ambientais.

Estudo revela que mudanças climáticas e desmatamento na Amazônia ameaçam plantas comestíveis, mas 21 espécies resilientes podem ser chave para adaptação e restauração ambiental. A pesquisa destaca a importância de diversificação alimentar e valorização do conhecimento tradicional.

Brasil deve reduzir em 10% as emissões de carbono da aviação até 2037, impulsionado pela Lei do Combustível do Futuro. Petrobras e Acelen investem bilhões na produção de SAF, mas desafios regulatórios e de infraestrutura persistem.

Pesquisadores da UFRJ alertam que, até 2100, praias icônicas do Rio de Janeiro, como Copacabana e Ipanema, podem perder até 100 metros de faixa de areia devido ao aumento do nível do mar. A pesquisa indica inundações prolongadas na Baía de Guanabara e o risco de desaparecimento dos manguezais.

O documentário "O Efeito Casa Branca" estreia na 14ª Mostra Ecofalante de Cinema, abordando a política ambiental do governo George Bush e a censura sobre informações climáticas nos EUA. O co-diretor Pedro Kos destaca a urgência da ciência climática em um contexto de crescente desinformação.