O Brasil enfrenta um déficit de 235 mil professores até 2040, com apenas 3% dos jovens interessados na carreira docente, refletindo a desvalorização histórica da profissão. Especialistas alertam para a urgência de políticas que valorizem e atraiam novos educadores.
A desvalorização da carreira docente no Brasil é um problema histórico que se agrava com o tempo. Pesquisas recentes indicam que, até dois mil e quarenta, o país poderá enfrentar um déficit de duzentos e trinta e cinco mil professores. Apenas três por cento dos jovens demonstram interesse em seguir a carreira docente, refletindo a urgência da situação. A falta de reconhecimento social e os baixos salários são fatores que desestimulam a escolha dessa profissão.
Uma pesquisa do Instituto Semesp, realizada em dois mil e vinte e dois, revelou que cinquenta e oito por cento dos alunos matriculados em cursos de licenciatura abandonaram os estudos antes da formatura. Além disso, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) apontou que apenas três por cento dos estudantes de quinze anos desejam se tornar professores. O professor Fábio Waltenberg, pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), destaca que a carreira docente é essencial, mas cada vez menos atrativa.
Entre os principais obstáculos à atratividade da docência, o aspecto financeiro é um dos mais relevantes. Apesar do aumento do piso nacional dos professores, a remuneração continua baixa em comparação a outras carreiras com formação similar. Waltenberg observa que muitos professores têm contratos fragmentados, o que os obriga a trabalhar em múltiplas escolas para garantir uma renda adequada.
Além da questão salarial, a coordenadora pedagógica Andrea Luize, do Instituto Vera Cruz, ressalta a importância do reconhecimento social. A desvalorização histórica da profissão impacta tanto a remuneração quanto o prestígio, fazendo com que muitos jovens não se sintam motivados a seguir essa carreira. Fatores como a alta medicalização das crianças e as condições precárias de trabalho também contribuem para o afastamento dos jovens da docência.
Apesar das dificuldades, há jovens que escolhem a docência por paixão. Alexia Venancino, estudante de Pedagogia, exemplifica essa escolha. Vinda de uma família de professores, ela encontrou na educação um propósito significativo. Alexia trabalha como assistente pedagógica e já vivenciou tanto o encantamento da sala de aula quanto o desgaste das más condições de trabalho. Ela acredita no poder transformador da educação e deseja ser um agente de mudança na vida de seus alunos.
Para atrair mais jovens como Alexia, é necessário ir além dos aumentos salariais. Investir em formação de qualidade e melhorar as condições de trabalho são passos fundamentais. O Brasil enfrenta um dilema: a escassez de docentes em disciplinas essenciais como Física, Química e Matemática exige uma revisão nas políticas de valorização da carreira. Nessa situação, a união da sociedade pode ajudar a transformar a realidade da educação, promovendo iniciativas que valorizem e apoiem os educadores.
O ministro da Educação, Camilo Santana, se opõe a cortes orçamentários e defende investimentos no programa de bolsas Pé-de-Meia, essencial para a educação básica. Ele critica a proposta de déficit zero e pede apoio do Congresso.
Rubens Ometto, ex-aluno da USP e presidente da Cosan e Comgás, doa R$ 19 milhões para revitalizar o Departamento de Engenharia de Produção e construir um novo edifício, com conclusão prevista para 2026. A doação, resultado de insatisfação com a infraestrutura da Poli, visa modernização e sustentabilidade, promovendo a integração entre natureza e tecnologia.
O Ministério da Educação lançou o programa Na Ponta do Lápis, que visa promover educação financeira a mais de 30 milhões de estudantes do ensino básico, com adesão voluntária de estados e municípios. A iniciativa busca desenvolver habilidades financeiras e integra-se ao programa Pé-de-Meia, visando inclusão social e autonomia.
O Fundo Baobá abre inscrições para a segunda edição do programa Já É, oferecendo trinta bolsas de R$ 700 a estudantes negros de 20 a 25 anos, priorizando candidatos de áreas periféricas e das regiões Norte e Nordeste. A iniciativa visa aumentar o acesso ao ensino superior e conta com suporte adicional, como preparação para vestibulares e apoio psicológico.
A Semana do Estudo e Leitura 2025, em São Paulo, ocorrerá de 5 a 9 de maio com o tema "Todas as Vozes, Todas as Histórias". O evento, que promove a inclusão cultural, contará com a presença de Sérgio Vaz e Tati Oliveira na abertura, além de diversas atividades gratuitas. A 14ª edição da Semana do Estudo e Leitura, que integra o calendário oficial da cidade desde 2009, busca proporcionar experiências de leitura e cultura, especialmente para estudantes de escolas públicas. A abertura será no Theatro Municipal, com a expectativa de reunir mais de mil alunos, professores e bibliotecários. Sérgio Vaz, conhecido por sua luta pela inclusão cultural, e Tati Oliveira estarão entre os destaques do evento, que também contará com apresentações de orquestra, ballet e teatro.
Brasil carece de educação técnica para enfrentar economia digital, alerta Tatiana Ribeiro. O Movimento Brasil Competitivo apresenta relatório com recomendações para melhorar a formação profissional e digital.