Desastres climáticos custaram ao Brasil mais de R$ 730 bilhões em 12 anos, segundo Maria Netto, do Instituto Clima e Sociedade. Ela defende que o agronegócio deve ser parte da solução climática e destaca a urgência de financiamento para adaptação.
Nos últimos doze anos, os desastres climáticos causaram prejuízos superiores a R$ 730 bilhões à economia brasileira. A urgência da situação climática exige investimentos em resiliência e adaptação, fundamentais para a sobrevivência de governos e empresas. A transição para uma economia de baixo carbono apresenta um desafio: como transformar a riqueza natural do Brasil em vantagens competitivas no cenário global. Maria Netto, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade, enfatiza a necessidade de integrar as agendas de economia e clima.
Em entrevista, Netto questiona quando o Brasil será capaz de agregar valor aos seus recursos naturais, evitando ser apenas um exportador de commodities. Ela vê oportunidades no atual cenário geopolítico, como a abundância de terras raras e o potencial para produção de alimentos e conservação da Amazônia. A chave para transformar essas vantagens em competitividade está na preparação e na governança eficaz nos próximos anos.
Com a intensificação de eventos climáticos extremos, o custo da inação se torna alarmante, afetando não apenas a vida das pessoas, mas também a economia. Maria Netto destaca que menos de 50% das perdas financeiras causadas por desastres climáticos foram asseguradas globalmente. No caso das enchentes no Rio Grande do Sul, os danos superaram R$ 70 bilhões, com apenas 5% das infraestruturas asseguradas, evidenciando a falta de preparação para esses eventos.
A diretora critica a falta de priorização da adaptação climática pelos governos, ressaltando que a análise tradicional de riscos não é mais suficiente. É necessário olhar para o futuro, considerando os impactos das emissões de gases de efeito estufa. Para implementar soluções em larga escala, o financiamento climático é essencial. Na última Conferência das Partes (COP29), os países desenvolvidos concordaram em financiar US$ 300 bilhões anuais, um valor muito abaixo dos US$ 1,3 trilhão necessários para os países em desenvolvimento.
Netto menciona a plataforma de investimentos para transição ecológica e clima do Brasil como uma iniciativa inovadora, mas alerta que é preciso ter um ecossistema capaz de absorver esses recursos de forma eficaz. Ela também enfatiza que investidores em infraestrutura devem considerar a adaptação climática para evitar perdas financeiras futuras. O hub lançado pelo Instituto Clima e Sociedade visa facilitar a integração das agendas de economia e clima, produzindo relatórios sobre o impacto de eventos climáticos no PIB e nos preços dos alimentos.
O desafio é entender a interconexão entre economia e clima, o que permitirá um planejamento fiscal e orçamentário mais eficaz. Em um cenário de crescente frequência de desastres climáticos, a união da sociedade civil pode ser crucial para apoiar iniciativas que promovam a resiliência e a adaptação, ajudando a mitigar os impactos econômicos e sociais dessas crises.
Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC) revelaram dados sobre mais de 257 mil microrganismos associados a plantas Velloziaceae nos campos rupestres brasileiros. O estudo, publicado na revista Scientific Data, destaca a importância das interações microbianas na adaptação das plantas a ambientes extremos, como solos pobres em nutrientes e períodos de seca. As informações estão disponíveis em repositórios abertos, promovendo novas pesquisas e soluções biotecnológicas para a agricultura.
Belém se prepara para a COP30 com R$ 5 bilhões em obras de infraestrutura, mas enfrenta críticas pela construção da Avenida Liberdade em área ambientalmente sensível.
Ibama inaugura base de combate a incêndios florestais na Terra Indígena Las Casas, no Pará, operada por brigadistas indígenas, promovendo a gestão ambiental e o diálogo intercultural. A estrutura é um avanço na proteção da Amazônia.
Estudo revela que o aquecimento global pode aumentar em até 10% a mortalidade das árvores na Amazônia, impactando as emissões de gases de efeito estufa, comparáveis à Alemanha. Pesquisadores alertam para a gravidade da situação.
Ilhas Cagarras completam 15 anos como Monumento Natural e recebem título de Hope Spot. ICMBio apresenta nova lancha inflável para fortalecer a proteção do ecossistema marinho.
Pesquisadores propõem Fundo de Royalties Verdes de US$ 20 bilhões para evitar exploração de petróleo na foz do Amazonas. A iniciativa visa compensar Estados e municípios, promovendo alternativas sustentáveis em meio a críticas sobre a exploração em áreas sensíveis.