Impacto Social

Desigualdade salarial e falta de representatividade marcam a realidade de profissionais trans no Brasil

Estudo da Diversitera revela que profissionais trans no Brasil enfrentam desigualdade salarial de 20% em relação a colegas cisgêneros e têm apenas 0,8% de representatividade no mercado formal. A transfobia persiste em ambientes corporativos.

Atualizado em
June 27, 2025
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 (Drs Producoes/Getty Images)

Um estudo recente da Diversitera, uma startup focada em pesquisas de recursos humanos, expõe as severas desigualdades que profissionais trans enfrentam no mercado de trabalho brasileiro. O levantamento intitulado “Panorama da População LGBTQIAPN+ no Mercado de Trabalho Brasileiro” analisou dados de mais de cinquenta e cinco empresas de médio e grande porte, revelando que pessoas trans recebem, em média, 20% menos do que seus colegas cisgêneros em funções equivalentes.

Além da disparidade salarial, a pesquisa destaca a alarmante falta de representatividade em cargos de liderança. Apenas 0,8% dos profissionais formalmente empregados no Brasil são trans, e desse total, apenas 0,3% ocupam posições executivas. Felipe Bastião, especialista em Sexualidade e Gênero da Diversitera, aponta que muitos indivíduos trans são expulsos de casa na infância ou adolescência, o que resulta em uma ausência de rede de apoio e leva à evasão escolar.

A evasão escolar, por sua vez, contribui para a diminuição da presença de pessoas trans em universidades e cursos técnicos, perpetuando um ciclo de falta de oportunidades. Bastião ressalta que a discriminação, tanto inconsciente quanto explícita, durante processos de avaliação e progressão de carreira, é um dos fatores que mantém essa desigualdade. Profissionais trans frequentemente enfrentam julgamentos baseados em preconceitos pessoais, não em seu desempenho.

O ambiente corporativo também reflete essa realidade. Uma pesquisa revelou que 24% dos entrevistados já vivenciaram ou presenciaram situações discriminatórias no trabalho, com a transfobia sendo o motivo central em 49% dos casos. Essa situação evidencia a necessidade urgente de ações efetivas para combater a discriminação e promover a inclusão de profissionais trans no mercado de trabalho.

Esses dados alarmantes não apenas destacam a necessidade de políticas inclusivas, mas também a importância de iniciativas que promovam a igualdade salarial e a representatividade. A sociedade civil tem um papel crucial em apoiar projetos que visem a inclusão e a valorização da diversidade no ambiente corporativo.

Em um cenário como este, a união da sociedade pode fazer a diferença na vida de muitos profissionais trans. Projetos que busquem apoiar essa população são essenciais para criar um futuro mais justo e igualitário, onde todos tenham as mesmas oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional.

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