Comunidades quilombolas no Tocantins enfrentam invasões e desmatamento, resultando em conflitos fundiários e impactos na produção agrícola. A luta pela titulação de terras continua sem avanços significativos.

As comunidades quilombolas no Tocantins enfrentam sérios desafios relacionados à titulação de terras e à invasão de seus territórios por fazendeiros, especialmente após a criação do Matopiba. Recentemente, a situação se agravou com o aumento do desmatamento e a invasão de fazendas, resultando em conflitos fundiários, redução de recursos hídricos e impactos na produção agrícola das comunidades. Moradores da comunidade quilombola Baião relatam que a paisagem de sua infância mudou drasticamente devido à derrubada da floresta, o que gerou um sentimento de perda e desespero.
A comunidade de Baião, localizada no município de Almas, é uma das quatro comunidades quilombolas da região. Os moradores, como Siran Nunes de Souza, expressam sua tristeza ao ver o desmatamento avançar, transformando o que antes era um Cerrado rico em biodiversidade em um deserto. A presença de grandes fazendas, que cultivam soja e criam gado, cercou a comunidade, tornando-a uma "ilha" em meio a um mar de monoculturas. O engenheiro agrônomo Laelson Ribeiro de Souza, também quilombola, destaca que a área se tornou cada vez mais isolada e vulnerável.
O Matopiba, que abrange os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é considerado a última fronteira agrícola do Brasil e tem recebido investimentos significativos para a produção agrícola. Dados do Mapbiomas indicam que, em 2023, três em cada quatro hectares desmatados no Cerrado estavam localizados no Matopiba. Em Almas, a área de floresta caiu de 283 mil hectares em 2000 para 222 mil hectares em 2023. Essa degradação ambiental afeta diretamente as comunidades quilombolas, que dependem da terra e dos recursos naturais para sua subsistência.
Além da luta pela titulação de terras, que se arrasta por décadas, as comunidades enfrentam a invasão de suas áreas por fazendeiros. O Grupo Atlântida, por exemplo, reivindica parte do território da comunidade Baião, cultivando soja e milho em áreas que deveriam ser protegidas. Os quilombolas relatam que a presença de agrotóxicos nas proximidades tem causado danos à saúde e à produção local, com pragas invadindo suas plantações. A falta de água também se tornou um problema crítico, exacerbado pelo desmatamento e pela poluição dos rios, tornando-os impróprios para consumo.
A situação é ainda mais complicada pela morosidade do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em concluir os processos de titulação. A comunidade de Baião, reconhecida pela Fundação Palmares em 2010, ainda aguarda a regularização de suas terras. Enquanto isso, os conflitos com fazendeiros se intensificam, e os moradores se sentem cada vez mais ameaçados. A falta de ação da Justiça em casos de invasão e intimidação agrava a sensação de insegurança entre os quilombolas, que se veem obrigados a lutar por seus direitos em um ambiente hostil.
As histórias de ameaças e intimidações são comuns entre os moradores, que relatam episódios de violência e desrespeito por parte dos fazendeiros. A luta pela terra e pela preservação de seus modos de vida se torna cada vez mais difícil, com muitos jovens abandonando suas comunidades em busca de melhores oportunidades. O êxodo rural é uma realidade, e a falta de alternativas para os jovens contribui para o esvaziamento das comunidades quilombolas, que enfrentam um futuro incerto.
Em meio a essa crise, a união e o apoio da sociedade civil são fundamentais para garantir a sobrevivência e a dignidade das comunidades quilombolas. Projetos que visem a preservação dos direitos territoriais e a promoção de alternativas sustentáveis podem fazer a diferença. A mobilização em torno dessas causas é essencial para que as vozes dos quilombolas sejam ouvidas e respeitadas, permitindo que suas tradições e modos de vida sejam preservados para as futuras gerações.

A delegação brasileira se reuniu com a Secretária-Geral Adjunta da ONU para discutir a liderança do Brasil na COP-30 e políticas de redução de riscos de desastres. O encontro destacou a importância de ações conjuntas em água e adaptação climática.

Moradores da Serra dos Pretos Forros, em Jacarepaguá, enfrentam frequentes quedas de energia devido à fiação elétrica e à vegetação local. Um abaixo-assinado pede a fiação subterrânea para preservar o meio ambiente. A Light programou 320 podas na região entre 2024 e 2025 e realizará novas podas até o dia 20 deste mês.

Ibama apreende madeira ilegal em Santo Antônio do Monte e destina 4 m³ à APAE local para confecção de mobiliário adaptado, promovendo inclusão e responsabilidade social. A fiscalização reforça o combate ao desmatamento.

O documentário ‘Mãe Terra’, de Betse de Paula, destaca a luta de lideranças indígenas por direitos territoriais e preservação ambiental, com estreia prevista para o segundo semestre de 2024. A produção, que conta com mais de 50 horas de gravação, inclui entrevistas com Sonia Guajajara e Joenia Wapichana, além de retratar a história de figuras como Tuíre Kaiapó. A obra é um chamado urgente para reconhecer a importância das vozes femininas indígenas na proteção da floresta e da humanidade.

Ibama promoveu a 13ª Reunião do Coletivo do Pirarucu em Manaus, reunindo 81 participantes para fortalecer o manejo sustentável da espécie e gerar benefícios socioeconômicos às comunidades locais.

A Síndrome de Dravet, que causa epilepsia em crianças, tem seu quadro agravado pelo aumento das temperaturas, levando a um aumento nas convulsões e complicações neurológicas. Especialistas alertam que as mudanças climáticas intensificam esses riscos, afetando a saúde mental e física.