Meio Ambiente

Desmatamento no Brasil: 13% do território perdido em quatro décadas, com impacto na biodiversidade e água

Estudo do MapBiomas revela que o Brasil desmatou 13% de seu território nas últimas quatro décadas, com a Amazônia perdendo 52,1 milhões de hectares, principalmente devido à pecuária. Essa devastação impacta a biodiversidade e os recursos hídricos.

Atualizado em
August 14, 2025
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SECA EXTREMA - Seca extrema e incêndios em 2024: em 40 anos região perdeu 30% de área nativa e 22% de aquíferos  (Buda Mendes/Getty Images)

Um estudo do MapBiomas revelou que, nas últimas quatro décadas, o Brasil desmatou uma área equivalente ao tamanho da Bolívia, representando 13% do território nacional. A Amazônia, em particular, perdeu 52,1 milhões de hectares, com a pecuária sendo a principal responsável pela destruição de áreas naturais. O crescimento populacional, que praticamente dobrou entre 1985 e 2024, impulsionou a expansão agrícola e urbana, sem considerar a sustentabilidade.

De acordo com a análise, o país perdeu mais floresta do que qualquer outro tipo de vegetação, totalizando uma redução de 62,8 milhões de hectares, o que equivale ao território da Ucrânia. Essa degradação resultou na diminuição de 22% dos reservatórios de água, lagoas e pântanos, essenciais para a biodiversidade, como os manguezais. A pecuária, segundo especialistas, teve um papel predominante nesse processo.

O coordenador-geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, afirmou que a expansão da pecuária estabilizou no início dos anos 2000, apresentando uma leve tendência de queda na conversão de áreas naturais. Atualmente, as pastagens ocupam 62,7 milhões de hectares, enquanto a agricultura ocupa 44 milhões de hectares. Os estados mais afetados foram Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul, com transformações significativas em suas paisagens.

A Amazônia lidera o ranking de desmatamento, seguida pelo Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pampa. O Pantanal, embora tenha registrado a menor área desmatada, com 1,7 milhão de hectares, é um bioma crucial para a regulação hídrica, sendo 28 vezes menor que a Amazônia. Sua preservação é vital, pois ele integra o sistema da Bacia do Alto Paraguai, que alimenta importantes rios sul-americanos.

A perda de biodiversidade impacta diretamente a quantidade de água disponível, afetando regiões como o Nordeste, Sudeste e Sul. A mudança na paisagem contribui para alterações climáticas, resultando em secas extremas em várias partes do Brasil. O estudo do MapBiomas destaca a urgência de ações para mitigar esses efeitos e promover a recuperação das áreas degradadas.

Nessa situação, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem a recuperação ambiental e a preservação dos biomas brasileiros. Projetos que incentivem a sustentabilidade e a reabilitação de áreas desmatadas são essenciais para garantir um futuro mais equilibrado e saudável para todos.

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