Meio Ambiente

Desmatamento no Brasil apresenta queda, mas desafios persistem com aumento de queimadas e práticas predatórias

Em 2023, o desmatamento no Brasil caiu 32,4%, mas o Cerrado ainda enfrenta desafios, com 652.197 hectares perdidos, exigindo políticas de fiscalização e engajamento contínuos.

Atualizado em
May 20, 2025
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Desmatamento em área de Cerrado no oeste da Bahia — Foto: Florence GOISNARD / AFP/05/10/2023

O desmatamento no Brasil apresentou uma queda de 32,4% em 2023 em comparação a 2022, conforme dados do MapBiomas. Apesar desse alívio, a situação ainda é preocupante, especialmente no Cerrado, onde a devastação continua a avançar. A área desmatada na Amazônia também foi a menor em seis anos, mas o aumento de incêndios e a perda de vegetação nativa indicam que os desafios ambientais permanecem.

O MapBiomas registrou 60.983 alertas de desmatamento em 2024, totalizando 1.242.079 hectares devastados. O Cerrado, com 652.197 hectares perdidos, representou 52,5% da área desmatada, sendo a região de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) a mais afetada, concentrando 75% do desmatamento do bioma. A agropecuária foi responsável por 97% da perda de vegetação nativa.

Na Amazônia, foram devastados 377.708 hectares, com o Pará liderando a destruição, totalizando 2 milhões de hectares entre 2019 e 2024. A Caatinga também se destacou, com uma propriedade no Piauí perdendo 13.628 hectares em apenas três meses. Além disso, o fogo causou um aumento de 79% nas áreas atingidas por incêndios, exacerbado por secas relacionadas às mudanças climáticas.

O avanço do desmatamento e das queimadas exige atenção redobrada. O Brasil perdeu 57.930 hectares em unidades de conservação no último ano. Embora os dados positivos do MapBiomas reflitam políticas de fiscalização e punição implementadas pelo governo atual, os desafios futuros são significativos, especialmente no combate a práticas predatórias na agropecuária.

É essencial que haja um engajamento conjunto entre os governos estaduais e instituições financeiras para restringir o crédito rural a propriedades que desmatam. A análise detalhada dos dados é crucial para desenvolver políticas ambientais eficazes que integrem União, estados e municípios, promovendo a preservação dos biomas brasileiros.

Nesta conjuntura, a mobilização da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem à recuperação ambiental e à proteção das áreas devastadas. Projetos que promovam a sustentabilidade e a conservação da natureza precisam do nosso apoio para que possamos garantir um futuro mais verde e saudável para todos.

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