Desmatamento no Brasil caiu 32,4% em 2024, com exceção da Mata Atlântica, afetada por enchentes. A Amazônia e o Cerrado concentraram 83% da perda, refletindo ações de combate ao desmatamento.

Em 2024, o desmatamento nos biomas brasileiros apresentou uma queda significativa de 32,4% em relação a 2023, com destaque para a redução nas áreas do Cerrado e da Amazônia. A Mata Atlântica, por sua vez, manteve-se estável após uma queda acentuada no ano anterior, sendo impactada por enchentes no Rio Grande do Sul. Os dados foram divulgados pelo MapBiomas, que utiliza imagens de satélite para monitorar a vegetação nativa.
No total, foram validados 60.983 alertas de desmatamento, resultando em 1.242.079 hectares de vegetação perdida nos seis biomas do Brasil. Essa é a primeira vez desde 2019 que tantos biomas registram diminuição na perda de cobertura vegetal. O coordenador-geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, destacou que a redução é resultado de ações mais efetivas de combate ao desmatamento por parte dos governos estaduais e federal.
O Cerrado foi o bioma mais afetado, com 652.197 hectares desmatados, representando 52,5% do total nacional. A região do Matopiba, que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, concentrou 75% do desmatamento do Cerrado. Apesar disso, houve uma queda de 40% em relação a 2023. O Maranhão liderou o ranking de desmatamento, mesmo com uma redução de 34,3% na área desmatada.
A Amazônia, com 377.708 hectares desmatados, foi o segundo bioma mais afetado, representando 30,4% do total. Essa foi a menor área desmatada nos últimos seis anos. Juntos, Cerrado e Amazônia somaram quase 83% da área total desmatada. As formações savânicas foram as mais impactadas, seguidas das formações florestais.
O desmatamento na Mata Atlântica se manteve estável após uma queda de quase 60% em 2023, influenciado por eventos climáticos extremos. Caso esses eventos não tivessem ocorrido, a redução teria sido ainda maior. O número de alertas de desmatamento com áreas superiores a 100 hectares também caiu 31% em 2024, indicando uma diminuição no tamanho das áreas desmatadas.
Com a pressão da agropecuária sendo a principal causa do desmatamento, é essencial que a sociedade civil se mobilize para apoiar iniciativas que visem a preservação ambiental. Projetos que promovam a recuperação de áreas degradadas e a proteção de biomas podem fazer a diferença na luta contra o desmatamento e na preservação da biodiversidade.

Em Alagoas, a reintrodução de 20 papagaios-chauá e do mutum-de-alagoas visa restaurar a fauna da Mata Atlântica, com a comunidade local atuando como guardiã da biodiversidade. O projeto, apoiado pela FAPESP, já protegeu mais de cinco mil hectares e promoveu a conscientização ambiental.

A Cooperativa Vinícola Garibaldi criou um vinhedo experimental com 50 variedades de uvas para enfrentar as mudanças climáticas, resultando em novos vinhos, como o Palava, já em comercialização. O projeto, iniciado em 2019, visa testar a adaptação das castas ao clima da Serra Gaúcha e já apresenta resultados promissores.

O Governo Federal anunciou um novo investimento de R$ 16 milhões para Santa Maria, totalizando R$ 68 milhões em obras de infraestrutura no Rio Grande do Sul, visando a recuperação de estradas e pontes. O ministro Waldez Góes destacou a importância da parceria entre as esferas de governo para a reconstrução da região afetada por eventos climáticos extremos.

Imagens recentes do Ibama revelam a devastação causada pela mineração ilegal na Terra Indígena Kayapó, no Pará, com impactos ambientais e sociais alarmantes. A atividade garimpeira, que já ocupava 16,1 mil hectares, afeta a fauna e flora locais, além de ameaçar a saúde das comunidades indígenas.

A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3469/24, que visa facilitar o combate a incêndios florestais e a recuperação de infraestrutura após desastres climáticos. A proposta, de José Guimarães (PT-CE), agora segue para o Senado e inclui isenção de tributos para o Fundo Rio Doce e dispensa de convênios em emergências ambientais. O relator, Nilto Tatto (PT-SP), destacou a necessidade de desburocratizar ações emergenciais, enquanto a oposição criticou a falta de inclusão de anistia a envolvidos em atos antidemocráticos.

O programa Combustível do Futuro pode reduzir a gasolina em até R$ 0,13 por litro ao aumentar a mistura de etanol anidro para 30%. A medida, anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, visa fortalecer a economia e a segurança energética do Brasil, além de aumentar a demanda por etanol em 1,5 bilhão de litros. A transição requer investimento de R$ 9 bilhões e pode evitar a emissão de 1,7 milhão de toneladas de gases de efeito estufa anualmente.