Investigação revela que projetos de compensação de carbono na Amazônia beneficiam indivíduos e empresas multados por desmatamento ilegal, levantando sérias preocupações sobre a integridade do mercado. A análise da Reuters destaca que 24 dos 36 projetos examinados envolvem participantes com histórico de infrações ambientais, comprometendo a eficácia das iniciativas de preservação.
A Amazônia brasileira enfrenta um cenário alarmante, onde projetos de compensação de carbono, destinados a proteger a floresta, estão beneficiando indivíduos e empresas com histórico de desmatamento ilegal. Uma investigação da Reuters revelou que, entre trinta e seis projetos analisados, pelo menos vinte e quatro envolviam proprietários de terras ou empresas punidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por infrações ambientais. As penalidades incluíram desde a destruição da floresta sem autorização até a inserção de informações falsas em registros governamentais.
Esses projetos atraíram investimentos de centenas de milhões de dólares de empresas globais que buscam compensar suas emissões de gases de efeito estufa. No entanto, a análise revelou que muitos dos participantes desses projetos já haviam sido multados pelo Ibama antes de serem registrados como iniciativas de crédito de carbono. Em alguns casos, as infrações continuaram mesmo após o registro, levantando sérias questões sobre a integridade do mercado de carbono.
Raoni Rajão, ex-diretor do programa de combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, destacou que financiar pessoas com histórico de violação da legislação ambiental pode estar contribuindo para o aumento das emissões em outras áreas. Ele afirmou que, embora o desmatamento possa estar sendo reduzido em algumas regiões, os recursos utilizados podem estar sendo desviados para atividades ilegais em outras partes da floresta.
O mercado voluntário de carbono, que movimentou US$ 7,6 bilhões globalmente nos últimos cinco anos, depende de projetos que comprovam a redução das emissões. No entanto, a Reuters encontrou evidências de que alguns projetos de conservação estavam, na verdade, encobrindo a extração ilegal de madeira. As empresas de credenciamento, como a Verra e a Cercarbono, afirmaram que levarão a sério as alegações de atividades ilegais e iniciarão investigações sobre os projetos mencionados.
Um dos casos mais emblemáticos é o de Ricardo Stoppe Junior, que se autodenominou o maior empresário de créditos de carbono do mundo. Ele foi preso em 2024, acusado de liderar um esquema de extração ilegal de madeira. Apesar de suas alegações de que seus projetos ajudaram a proteger a floresta, as autoridades descobriram que ele utilizou seus projetos de carbono para financiar atividades criminosas, como a falsificação de títulos de terra.
As descobertas da Reuters ressaltam a necessidade urgente de uma supervisão mais rigorosa no mercado de carbono e a importância de garantir que os projetos realmente contribuam para a preservação ambiental. A sociedade civil deve se mobilizar para apoiar iniciativas que promovam a proteção da Amazônia e a integridade do mercado de carbono, garantindo que recursos sejam direcionados a projetos que realmente façam a diferença na luta contra o desmatamento.
A Câmara dos Deputados está prestes a votar o PL 2159/2021, conhecido como PL da Devastação, que pode reverter avanços na legislação ambiental brasileira sob pressão do agronegócio. Ambientalistas alertam que a proposta, já aprovada pelo Senado, compromete acordos internacionais e a proteção de terras indígenas e quilombolas, permitindo licenciamento simplificado baseado em autodeclaração. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, prevê questionamentos judiciais caso a mudança seja aprovada.
Com o aumento das temperaturas e as mudanças climáticas, o turismo sustentável ganha destaque no Brasil, com destinos como Bonito, Alter do Chão e Fernando de Noronha promovendo práticas responsáveis. Essas iniciativas visam preservar o meio ambiente e fortalecer a economia local, garantindo que a experiência do viajante beneficie as comunidades.
Um novo projeto de energia solar promete aumentar a eficiência em trinta por cento e reduzir custos em vinte por cento, com implementação prevista em diversas cidades até o final do próximo ano. Essa iniciativa surge em um contexto de crescente foco em energias renováveis para combater as mudanças climáticas.
Fafá de Belém lidera a série "Conversas de Varanda", que discute a preservação da Amazônia com personalidades de diversas áreas. O evento antecede o III Fórum Varanda da Amazônia, com inscrições abertas em agosto.
Belém se prepara para a COP30 com R$ 5 bilhões em obras de infraestrutura, mas enfrenta críticas pela construção da Avenida Liberdade em área ambientalmente sensível.
Um tubarão megaboca de 4,63 metros foi encontrado morto em Sergipe, atraindo a atenção de pesquisadores que estudam suas características raras e planejam expô-lo no Oceanário de Aracaju. O animal, que representa uma oportunidade única para a ciência, é apenas o quarto registrado no Brasil e será utilizado para promover a conservação marinha.