Saúde e Ciência

Estudo revela que hábitos de vida, e não apenas genética, são fundamentais para um envelhecimento saudável

Estudo revela que hábitos como atividade física, sono adequado e saúde mental são mais determinantes para um envelhecimento saudável do que a genética. Eric Topol destaca cinco estratégias essenciais para prolongar a vida saudável.

Atualizado em
May 17, 2025
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Estudos sobre envelhecimento saudável fornecem ferramentas capazes de nos orientar rumo a uma vida mais longa Foto: Sonia Pulido/The New York Times

Cerca de duas décadas atrás, pesquisadores da Califórnia identificaram um fenômeno intrigante: enquanto a maioria dos idosos apresenta pelo menos duas doenças crônicas, alguns chegam aos oitenta anos sem problemas significativos de saúde. Inicialmente, os cientistas acreditavam que a genética poderia ser a chave para esse envelhecimento saudável. No entanto, ao sequenciarem os genomas de mil e quatrocentos idosos do grupo denominado “Wellderly”, descobriram que não havia diferenças significativas em relação a seus pares. Esses indivíduos se destacavam por serem mais ativos, sociáveis e, em geral, mais instruídos.

Eric Topol, cardiologista e fundador do Scripps Research Translational Institute, afirma que a descoberta de que os genes não são determinantes para um envelhecimento saudável é “libertadora”. Ele sugere que isso implica que “praticamente todos nós podemos fazer melhor” para retardar o surgimento de doenças. Em seu livro mais recente, Super Agers: An Evidence-Based Approach to Longevity, Topol explora como hábitos de vida impactam o envelhecimento.

Topol destaca que a atividade física regular é um dos principais fatores para uma vida mais longa. Estudos demonstram que a prática de exercícios reduz o risco de câncer, diabetes e mortalidade geral. Surpreendentemente, uma meta-análise revelou que apenas uma hora de treinamento de força por semana pode diminuir o risco de mortalidade em até 25%. Além disso, o treinamento de força está associado a um sono melhor e à saúde mental aprimorada.

O sono adequado também é essencial para um envelhecimento saudável. Topol observa que a falta de sono profundo pode aumentar o risco de demência. Ele mesmo implementou mudanças em sua rotina, aumentando seu sono profundo de quinze minutos para quase uma hora por noite. A pesquisa sugere que mudanças no estilo de vida são mais eficazes do que medicamentos para melhorar a qualidade do sono.

Gerenciar o estresse e cuidar da saúde mental são igualmente importantes. Topol recomenda passar tempo ao ar livre, pois estudos mostram que isso pode reduzir taxas de depressão e pressão alta. Além disso, a vida social ativa está ligada a um menor risco de mortalidade. Os idosos do grupo Wellderly, por exemplo, costumam ter vidas sociais ricas, o que contribui para sua saúde.

Embora existam testes de idade biológica que prometem medir a saúde, Topol não recomenda os disponíveis atualmente devido ao seu alto custo e precisão incerta. Ele acredita que, à medida que novos testes se tornem mais acessíveis, poderão ajudar a entender melhor os riscos individuais. Em um cenário onde a saúde e o bem-estar são prioridades, iniciativas que promovam a saúde e o envelhecimento ativo são fundamentais. Nossa união pode ajudar a fortalecer projetos que visem a melhoria da qualidade de vida na terceira idade.

Estadão
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