Saúde e Ciência

Estudo revela que hábitos saudáveis podem retardar o declínio cognitivo em pessoas com risco de demência

Um estudo revela que atividades saudáveis, como exercícios e dieta equilibrada, melhoram a cognição em pessoas com risco de demência. A pesquisa, apresentada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, envolveu mais de dois mil participantes e destacou a importância de intervenções estruturadas.

Atualizado em
July 31, 2025
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Da esquerda para a direita, Phyllis Jones e Patty Kelly, que se tornaram amigas e se apoiaram mutuamente durante a participação do estudo que relacionou exercícios, dieta saudável e outros hábitos a benefícios cognitivos - Caleb Alvarado/NYT

Um novo estudo revelou que a combinação de atividades saudáveis pode melhorar o desempenho cognitivo em pessoas com risco de demência. A pesquisa, apresentada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, envolveu mais de dois mil participantes nos Estados Unidos, com idades entre sessenta e setenta e nove anos, todos com estilos de vida sedentários e fatores de risco para demência. O estudo é considerado o maior ensaio randomizado a investigar como comportamentos saudáveis podem proteger a saúde do cérebro.

Os participantes foram divididos em dois grupos: metade seguiu um programa estruturado com dieta saudável, atividades sociais e exercícios regulares, enquanto o outro grupo teve um programa autoguiado com materiais educativos. Os resultados mostraram que ambos os grupos apresentaram melhorias significativas em suas funções cognitivas, com o grupo que seguiu o programa estruturado apresentando um avanço um pouco maior.

A especialista em envelhecimento cognitivo da Universidade da Califórnia, Kristine Yaffe, destacou a importância de hábitos saudáveis, como atividade física e dieta, para a saúde cerebral. A principal pesquisadora do estudo, Laura Baker, afirmou que a intervenção estruturada teve um benefício adicional em relação ao programa autoguiado, embora a diferença tenha sido considerada modesta.

Apesar das melhorias, especialistas como Lon Schneider, da Universidade do Sul da Califórnia, levantaram questões sobre a eficácia real do programa intensivo, observando que a diferença entre os grupos foi pequena. Além disso, não foi possível determinar se as melhorias cognitivas estavam diretamente relacionadas à neurodegeneração ou à doença de Alzheimer.

O estudo, chamado "US Pointer", foi inspirado em um ensaio anterior realizado na Finlândia e teve como objetivo avaliar se intervenções semelhantes poderiam ser eficazes nos Estados Unidos, um país com uma população mais diversa. Os participantes, muitos dos quais tinham histórico familiar de demência, mostraram motivação significativa para participar do estudo, o que pode ter influenciado os resultados.

As experiências de participantes como Phyllis Jones e Patty Kelly, que se beneficiaram do apoio social e das mudanças em seus hábitos, ressaltam a importância de intervenções estruturadas. A continuidade dessas práticas pode ser desafiadora, mas a motivação pessoal é crucial. Projetos que incentivem a adoção de hábitos saudáveis e ofereçam suporte à saúde cerebral são fundamentais para enfrentar o crescente desafio do envelhecimento populacional e do comprometimento cognitivo.

Folha de São Paulo
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