Impacto Social

Esvaziamento da Rua dos Protestantes surpreende autoridades e comerciantes em São Paulo

A Rua dos Protestantes, ponto crítico da Cracolândia em São Paulo, amanheceu vazia após operações da Guarda Civil e Polícia Militar, que removeram mais de 120 usuários. O prefeito Ricardo Nunes e o vice-prefeito Mello Araújo destacaram a surpresa com a situação, enquanto comerciantes temem o espalhamento do fluxo para outras áreas. A política de dispersão tem gerado controvérsias, com relatos de aumento da violência nas abordagens.

Atualizado em
July 1, 2025
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Rua dos Protestantes, próximo à Rua Vitória, na região central de São Paulo, estava sem usuários de drogas, nesta terça-feira, 13. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A Rua dos Protestantes, localizada no centro de São Paulo e conhecida por abrigar a Cracolândia, amanheceu vazia no início desta semana. A Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Polícia Militar realizaram operações que resultaram na remoção de mais de 120 usuários de drogas, surpreendendo tanto o prefeito Ricardo Nunes quanto o vice-prefeito Mello Araújo. Durante uma visita ao local, Nunes destacou que a diminuição do número de dependentes químicos era uma tendência, mas o esvaziamento repentino ainda está sendo analisado.

Na segunda-feira, a operação retirou 80 usuários, e na terça-feira, mais 42 foram removidos. Os agentes contaram com o apoio de cães farejadores e levaram os dependentes para unidades de tratamento, enquanto alguns optaram por retornar às suas famílias. O vice-prefeito atribuiu o esvaziamento a ações do governo municipal e estadual para combater o tráfico de drogas na Favela do Moinho, que fica próxima à Rua dos Protestantes.

Moradores da região, que antes estimavam cerca de 200 dependentes químicos no local, notaram a mudança. Um comerciante expressou surpresa ao chegar ao trabalho e perceber a ausência dos usuários. Entretanto, há preocupações sobre a possibilidade de um novo fluxo de dependentes se espalhar para áreas adjacentes, como a Rua Santa Ifigênia e a Rua José Paulino, o que poderia impactar negativamente o comércio local.

Embora o secretário de Segurança Urbana, Orlando Morando, tenha negado o uso de violência nas operações, entidades e ONGs que atuam na região criticam a abordagem, afirmando que a política de dispersão se tornou mais agressiva. O pesquisador Giordano Magri alertou que a falta de cuidado com os dependentes pode comprometer o acesso a tratamentos e serviços de saúde.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que o centro de São Paulo é uma prioridade na gestão atual, com ações integradas para combater a criminalidade e oferecer apoio aos dependentes químicos. Desde o início do ano, foram apreendidos 600 quilos de entorpecentes na região, e mais de 30 mil atendimentos foram realizados no Hub de Cuidados.

Com a situação ainda em evolução, a comunidade se mostra cautelosa. A união de esforços pode ser essencial para garantir que os dependentes químicos recebam o suporte necessário. Projetos sociais que visem a reabilitação e reintegração dessas pessoas à sociedade são fundamentais para transformar essa realidade e oferecer um futuro melhor a todos.

Estadão
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