Estudo da Repam-Brasil revela 309 casos de tráfico humano ligados ao garimpo ilegal na Amazônia, com 57% das vítimas sendo mulheres migrantes, destacando a violência e exploração no setor.
O garimpo ilegal na Amazônia, uma prática que remonta à colonização portuguesa, gera consequências devastadoras que vão além da destruição ambiental. Um estudo recente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) revela que essa atividade criminosa está ligada a uma série de violações de direitos humanos, incluindo tráfico de pessoas, exploração sexual e trabalho análogo ao escravo. A pesquisa, realizada em parceria com o Instituto Conviva, mapeou 309 casos de tráfico humano entre 2022 e 2024, destacando que 57% das vítimas são mulheres migrantes.
O relatório aponta que a falta de oportunidades de emprego e renda leva muitas pessoas a se envolverem com o garimpo, que se torna um espaço de exploração. Os pesquisadores enfatizam que a violência psicológica é uma tática comum utilizada por grupos que aliciam as vítimas. Além disso, a pesquisa revela que a situação das mulheres é alarmante, com um aumento significativo de casos de estupro coletivo e feminicídio nas regiões onde o garimpo é mais intenso.
O estudo também menciona eventos históricos, como o massacre Haximu, reconhecido como genocídio contra o povo Yanomami, e casos recentes de violência, como o estupro e assassinato de uma criança de doze anos por garimpeiros. Esses incidentes refletem a brutalidade da invasão de garimpeiros, que se intensificou desde 2018, em parte devido à conivência do governo federal com a exploração de recursos naturais.
A professora Márcia Oliveira, da Repam-Brasil, destaca que a presença de mais de 20 mil garimpeiros na Terra Yanomami é um reflexo da omissão do governo entre 2016 e 2022. A desintrusão das áreas invadidas é apenas uma parte da solução; é essencial implementar fiscalização contínua e oferecer alternativas de trabalho para as comunidades afetadas.
Os trabalhadores do garimpo, conhecidos como "proletários da lama", enfrentam condições precárias e jornadas exaustivas, muitas vezes sem direitos trabalhistas. Em caso de morte, os corpos são frequentemente abandonados, evidenciando a desumanização que permeia essa atividade. O uso de equipamentos sofisticados por criminosos para manter uma economia subterrânea e violenta é uma preocupação crescente.
O estudo da Repam-Brasil revela a urgência de ações efetivas para combater o garimpo ilegal e suas consequências. A mobilização da sociedade civil é fundamental para apoiar iniciativas que visem a proteção das comunidades afetadas e a promoção de alternativas sustentáveis. A união em torno dessas causas pode fazer a diferença na vida de muitas pessoas vulneráveis, proporcionando esperança e oportunidades de um futuro melhor.
A delegação brasileira se reuniu com a Secretária-Geral Adjunta da ONU para discutir a liderança do Brasil na COP-30 e políticas de redução de riscos de desastres. O encontro destacou a importância de ações conjuntas em água e adaptação climática.
Ministério do Trabalho firma convênio de R$ 15,8 milhões com a ONG Unisol para limpeza da terra yanomami, gerando polêmica sobre a gestão dos recursos e a seleção das entidades envolvidas. A Unisol, ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, terá a responsabilidade de retirar resíduos e promover educação ambiental, mas as atividades só devem iniciar no segundo semestre.
Censo 2022 revela que 11,8 milhões de pessoas vivem em unidades de conservação no Brasil, com 40% enfrentando precariedades em serviços básicos. Kátia Torres, do ICMBio, destaca a urgência da regularização fundiária e acesso a serviços essenciais.
O Governo Federal lançou o Programa Nacional de Irrigação Sustentável para Agricultura Familiar (PRONISAF), visando aumentar a produtividade rural com financiamento para irrigação eficiente e energia renovável. O programa, parte do Plano Safra 2024/2025, integra esforços de diversos ministérios e destina R$ 14,8 bilhões ao fortalecimento da agricultura familiar, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. A expectativa é que o PRONISAF promova inclusão social e segurança alimentar, enfrentando a crise climática.
Estudo do Núcleo Ciência Pela Infância revela que crianças brasileiras enfrentarão aumento de eventos climáticos extremos, com 37,4% em insegurança alimentar, exigindo um modelo de cuidado integral.
A ANTT enviará estudos ao TCU sobre a Ferrogrão, com leilão previsto para 2024, enquanto comunidades indígenas contestam a consulta prévia e reivindicam R$ 1,7 bilhão em indenização. O projeto enfrenta forte resistência socioambiental.